Jubba Sam – Foto: Divulgação

Quando Juares Tenório, mais conhecido como Jubba Sam, criou a Dod Alfaiataria, seu sonho era fazer check-in na Pitti Uomo, a importante feira expositiva colada à semana de moda italiana, em Milão. Ele passou uma temporada na Itália, entre 2010 e 2014, mas entendeu que precisava profissionalizar sua marca. Uma década depois, começou a imprimir sua assinatura em um guarda-roupa oversized, nos idos de 2020, com camisetas básicas, paletós, calças bem cortadas e gravatas para lá de exuberantes. “Essas peças são nossas joias. Estamos colocando muita energia na camisaria, em que vejo potencial e também um lugar para trabalhar shapes, texturas e tecidos”, resume sobre sua identidade forte em peças tidas como simples.

Foto: Franco Amendola

Entre os dias 18 e 23 deste mês, ele exibe suas criações na Maison Guava, focada em itens raros e exclusivos, localizada próximo aos grandes labels na Cidade Luz. Além da Dod, Lela Brandão Co., Exclusiviist, Aged e Strappy Co levam o je ne sais quoi brasileiro com peças que vão do street wear à alfaiataria comfy. Em Paris, Jubba quer entender a lógica dos showrooms e visitar flagships, como Broken Arm, Kith e Le Bon Marché. “Depois, vou visitar Portugal, onde grande parte da produção têxtil da Europa é feita”, explica. Quer entender esse passo a passo e a possibilidade de se instalar por lá na equação mercado versus qualidade. “Ao norte de Portugal, visito fábricas e produtores locais, com uma possível passada em Londres para estreitar relações com portais de moda independentes”, complementa.

Depois de amigos participarem do Je M’appelle Brasil, no ano passado, Jubba inspirou-se na proximidade com o mercado francês, trocou a rota da Itália pela França e quer expandir a marca para fora do País. “Comecei a olhar para as feiras. Tanto que, na semana de moda seguinte, em janeiro deste ano, fui acompanhar um amigo buyer para entender como isso poderia acontecer.” Era a oportunidade que precisava para a internacionalização da Dod. “Em Paris, visitei espaços coletivos – de marcas independentes a conhecidas, como a Comme des Garçons, que fazem o trabalho de mostrar as roupas para compradores do mundo todo. Ficou claro que era possível fazer o mesmo.”

Looks oversized da Dod Alfaiataria – Foto: Franco Amendola

Pelas redes sociais, o termômetro da demanda mundo afora só esquenta, vide o feedback nos comentários. “Conheço marcas nacionais que estão nesse caminho de internacionalização e, claro, é válido olhar para quem já fez para aprender e aprimorar.” Se lá fora a Dod está apenas engatinhando, no Brasil, o trabalho caminha a passos largos. No calendário, estão previstas coleções de inverno, em julho, um projeto de denim saindo do forno, além de outras três colaborações no segundo semestre. “Não posso dar spoiler ainda”, desconversa. Para o verão, promete outra collab com “uma marca grande do mercado”. Adaptação é algo familiar para Jubba, então traçar um plano de emancipação de sua marca do outro lado do oceano é um caminho sem volta. Sua assinatura aparece nos shapes e matérias-primas democráticos. E, se fez isso por aqui em quatro anos, imagine lá fora. “Produzimos um produto com qualidade e prático em qualquer guarda-roupa pelo mundo”, finaliza. Quanto a isso, ninguém duvida. Sob seu comando, a alfaiataria vira joia.

Looks oversized da Dod Alfaiataria – Foto: Franco Amendola