
Foto: Bob Wolfenson
Ney Matogrosso faz um dos maiores shows da carreira, neste sábado (10.08), em São Paulo. Aos 83 anos, o cantor apresenta o espetáculo Bloco na Rua – Ginga pra Dar & Vender, no Allianz Parque. Apesar da onda de concertos nacionais e internacionais em estádios, o artista, Ney é bastante pé no chão: “eu não tenho essa ilusão, tá? De fazer (show) em campo de futebol. Estou fazendo porque é um momento especial”. Ele afirma que, se der certo, outras datas podem aparecer em outras praças.
Assinados pelo estilista Maika Mano, foram produzidos três figurinos para a nova apresentação. “Muito envolvido com moda. O conheci quando fui fazer o ensaio fotográfico (da turnê, clicado por Bob Wolfenson), e ele surgiu, porque foi contratado pela equipe.” Ele diz que o número de peças não tem a ver com numerologia ou astrológicos. Mas por uma simples razão: “conversei com ele e perguntei se não gostaria de fazer mais três figurinos. Porque não gosto de ter só um. Senão, tem que sair do meu corpo e lavar (risos)”.

Foto: Bob Wolfenson
Conhecido por seus figurinos icônicos e acessórios-badulaques, Ney conta que certa vez perguntaram a ele, no teatro, “como fazia para tomar banho” com todas aquelas pulseiras e colares. Não estou acreditando que vocês acham que eu vivo assim dentro da minha casa. Pior que acham…” Em entrevista à Bazaar Man às vésperas do show, disse que não tem um ritual antes de entrar em cena. “Sou ligado”, diz, emendando que é algo dele consigo mesmo. “Já rodei o mundo atrás dessas coisas. Já entendi tudo o que precisava. Quando entro no palco, chamo todas as proteções. Todas, indistintamente”.
O concerto é uma versão atualizada de “O Bloco na Rua”. “Já não é mais aquele que começou. Venho mudando, colocando algumas coisas a mais. Na reta final, já mudei todo”, resume. Entre as faixas adicionadas, estão Balada do Louco e Pro Dia Nascer Feliz, eternizada na voz de Cazuza. “Antes, já havia incluído Homem com H, Poema, Roendo as Unhas. São músicas de outros shows, mas eu gosto. Estou concedendo, e não sou de conceder”, ri. Para o grandioso espetáculo, segundo a produtora 30e, o palco terá aparatos tecnológicos, visuais e cenográficos.

Foto: Bob Wolfenson
Hoje em dia, Ney é mais caseiro. Sai pouco, mas com Cazuza aprendeu a ir em bares. “A gente ia para os botequins, ele ficava lá bebendo e ficava lá com ele.” Não bebe, não fuma e está se desvencilhando do remédio para dormir. Sobre música, diz que gosta de dividir com “muita gente da nova” geração. “Gravo com muita gente desconhecida se eu gostar. Não tenho essa coisa de me colocar no pedestal, gosto de me misturar artisticamente.”
Este texto é composto de partes não utilizadas da entrevista que Ney deu à Bazaar Man para contar as 24 horas de seu dia. Em breve, nas bancas e no novo aplicativo da Harper’s Bazaar Brasil.