Por Ana Zucato*

Pesquisas revelam que um dos principais motivos das brigas entre casais está relacionado às finanças. Um levantamento do IBGE mostrou que os problemas financeiros do casal foram o principal motivo alegado para a concretização dos divórcios, sendo responsável por 57% dos casos.

Isso revela o que eu sempre digo: é preciso desconstruir essa ideia de que dinheiro é um assunto proibido ou um tabu para o casal. Ele precisa ser um assunto corriqueiro e fazer parte do dia a dia e quem sabe até mesmo ser o tema de uma conversa no café da manhã. É nesse tipo de bate-papo que o casal consegue alinhar expectativas, falar dos planos futuros ou simplesmente entender a rotina da casa como, por exemplo, se a conta de água está paga, além, é claro, de planejar as conquistas a dois, como a compra de um imóvel, de um carro ou de uma viagem.

Mas, no setor de atuação em que estou, percebo que as pessoas estão parando de evitar esse assunto. Muito disso vem do fato de as mulheres terem, hoje em dia, uma vida profissional independente e bem-sucedida, o que faz com que elas se preocupem com o dinheiro do casal. Somos de uma geração na qual a maior parte de nossas mães nem sequer sabia uma senha de banco ou o quanto se gastava de água em casa, já que isso era “coisa do marido”.

Como CEO da Noh, uma startup de finanças compartilhadas, enxergo muito potencial dentro desse setor, para ajudar as pessoas a terem uma boa relação com o dinheiro. Quando se fala em organização financeira, é fato que os casais buscam a tradicional conta conjunta em um banco. O problema é que eles se deparam com uma realidade desafiadora: a conta conjunta não traz visibilidade, autonomia e (às vezes) nem acesso para dois. Além disso, não há quase nenhuma digitalização, visto que você não consegue nem abrir e fechar esse tipo de conta on-line.

Eu tinha em mente que para mudar esse cenário era necessário algo novo, descomplicado e simples, com uma tarifa que coubesse no bolso da dupla e resolvesse as principais dores de cabeça. Outro objetivo era criar uma forma para os casais pagarem juntos as contas, o que foi resolvido com a criação dos cartões compartilhados. Ao invés de optarem por meios de pagamento diferentes, é possível que apenas uma pessoa passe o cartão e a dupla acaba pagando junto, já que o saldo disponível é de ambas.

Além disso, o casal consegue se organizar melhor em relação aos gastos em conjunto, concentrando os pagamentos compartilhados pelo aplicativo, além de abastecer com o valor que pretendem usar, possibilitando a criação de um orçamento e evitando surpresas de gastos excessivos no final do mês.

Outro ponto importante é a transparência e flexibilidade. A dupla tem acesso ao aplicativo, ao extrato, notificações, saldo disponível e todo o histórico de gastos.

Sem mais me alongar, não existe uma fórmula certa para as finanças de um casal darem certo sempre. Porém, existem pontos importantes na hora de decidir dividir os gastos diários com alguém. E falar sobre eles pode ser um bom início para isso, além do que, é aquilo que sempre digo: as novidades chegam para facilitar nossa vida. E com a conta conjunta não é diferente.

*Ana Zucato é CEO e cofundadora da Noh.