
Por Anna Paula Buchalla
Como que em um movimento pendular (o velho e conhecido vai-e-vem da história), uma nova geração de mulheres tem verdadeiro pavor a mudanças radicais no rosto, vistas com frequência até há pouco tempo. E, aqui, entenda-se, o uso excessivo de Botox, preenchimentos e até mesmo de maquiagem. Mas isso não significa uma volta ao passado nem um movimento de negação à tecnologia. Muito pelo contrário. Equipamentos de última geração estão aí para nos provar que podem ser nossos melhores aliados até mesmo na busca pela naturalidade. Graças a eles, dá para dar adeus, inclusive, à make (pesada), porque a pele bem-feita ainda é a nossa melhor arma para ressaltar o belo e disfarçar imperfeições. Bazaar reuniu um time de especialistas que indicam os melhores procedimentos não invasivos para estar com a pele do rosto lisinha – sem manchas, poros, vermelhidão, olheiras e outras chatices mais – e pronta para o melhor do efeito “acordei assim”:
OLHEIRAS!
Os lasers mais indicados aqui são aqueles que combinam comprimentos de onda direcionados para o pigmento e para a parte vascular. O que existe de novo é a abordagem de múltiplas camadas. “Primeiro, aplicamos um laser de Nd Yag QSwitched, cujos alvos são os pigmentos de cor escura, e, depois, finalizamos com um laser que melhora a textura da pele e do colágeno, o laser fracionado de Erbium”, explica a dermatologista Valéria Marcondes. Normalmente, quatro sessões são suficientes.
Outra boa opção é o Fotoeyes, protocolo que combina lasers da plataforma Fotona e que atua nos pigmentos da pele, sobre a área vascular e estimula a retração de fibras musculares, o que diminui a largura das olheiras. “Para as peles mais maduras, recomenda-se a associação do Erbyum Smooth Pulse ou fracionado”, explica o dermatologista Otávio Macedo. Há ainda um novo procedimento, o Lumina XT, realizado com o SPECTRA XT. O tratamento libera três vezes mais energia do que o SPECTRA anterior, clareando olheiras com efeito benéfico na pele como um todo, ação contra as manchas, fechamento dos poros e melhora da textura. “Esse upgrade promove maior estímulo de colágeno, atuando de forma global no rejuvenescimento, de maneira eficaz e ainda mais segura. O protocolo compreende apenas seis sessões rápidas realizadas a cada 15 dias”, ensina a dermatologista Thaís Pepe.
Ao lado dos lasers, um dos procedimentos com melhores resultados nesta área é o preenchimento com ácido hialurônico. Atualmente, usam-se microcânulas que permitem a aplicação de pequena quantidade do preenchedor de forma uniforme, sem o perigo de romper vasos. “Por ser um componente natural no corpo humano, não causa rejeição e é absorvível pela pele”, diz o cirurgião plástico David Di Sessa. Os efeitos costumam durar de seis a oito meses.
NADA DE MANCHAS
O que há de mais moderno são os lasers de nano ou picossegundos, que agem explodindo o pigmento em fragmentos tão minúsculos que as nossas células de limpeza são capazes de removê-los. “Após a aplicação dos lasers se formam microcolunas de coagulação e podemos usar medicamentos despigmentantes, como drug delivery, para aumentar a eficácia desses produtos”, diz a doutora Valéria Marcondes.
Um exemplo é a tecnologia ACROMA-QS, que permite que o dermatologista realize o tratamento com disparos controlados, o que reduz os riscos e elimina a dor. “O efeito final é a redução gradativa da produção de novos pigmentos. Apesar de não podermos falar em cura do melasma, o que tenho visto é que, mesmo no caso das pacientes que voltam a tomar sol, o retorno à mancha demora mais para acontecer”, explica a dermatologista Valéria Campos. O tratamento leva cerca de 6 a 12 sessões indolores, que duram 10 minutos cada.
Já a esteticista Sueli Szterling, diretora do Espaço Kurma, de São Paulo, trabalha com um novo protocolo, o AntioxC, um peeling com pérolas orientais e vitamina C, que rejuvenesce e ameniza manchas. “Ele clareia, ilumina e deixa a pele mais radiante”, diz.

SEM ROSÁCEA E VERMELHIDÃO
Lasers que têm afinidade para a hemoglobina, como o Nd YAG, são muito eficazes para o tratamento das pequenas veias da face, colo e pescoço. “Podem ser combinados com luz intensa pulsada, que tem ótima eficácia na coagulação dos vasos”, explica a dermatologista Valéria Marcondes. O tratamento pode ser complementado com a aplicação de LED de luzes vermelhas e infravermelhas, que diminuem a inflamação celular.
Especificamente para a rosácea, o dermatologista Fernando Macedo recomenda a estação de lasers Fotona. “O laser ajuda a diminuir sensivelmente a quantidade dos microvasos, que são reativos”, diz. “Pode ser aplicado na maioria dos tipos de rosáceas, mesmo na fase ativa, quando a pele está muito inflamada com lesões do tipo acne.” Normalmente, são sugeridas apenas três sessões com intervalo mensal.
“A novidade entre os injetáveis para o tratamento de rosácea é o chamado Microbotox, aplicações de toxina botulínica superficialmente na área acometida pela rosácea, em microdoses, que ajudam a controlar as crises de vermelhidão por causar uma regulação no processo de dilatação dos vasos envolvidos na doença”, ensina a dermatologista Flávia Brasileiro de Medeiros. Para a vermelhidão, Mônica Aribi recomenda o laser Genesis, que repara ainda os danos causados pela exposição solar, envelhecimento precoce e textura irregular. As sessões podem variar entre quatro e seis.
FIM DOS POROS
A arma mais eficaz neste caso são os lasers de diodo não ablativos fracionados, que provocam microperfurações na pele. As células mortas são removidas ao longo de alguns dias e a pele ganha firmeza e brilho. A diminuição dos poros é visível. Após a aplicação dos lasers, pode-se recorrer a medicamentos com vitamina C e ácido hialurônico para reduzir a oleosidade, melhorar a textura e encolher os poros. Na Clínica Mônica Aribi a novidade é o Hydrafacial MD®. O procedimento, feito com uma ponteira especial, inclui esfoliação para remover as impurezas, aplicação de uma solução de ácido glicólico e salicílico e sucção para limpar poros e retirar os cravos de forma indolor. É recomendada uma sessão por mês, de acordo com cada caso, e os resultados são vistos desde a primeira aplicação. O tratamento pode ser associado ao Acleara, aparelho que trabalha com vácuo e luz pulsada, promovendo uma limpeza de pele completa.

ATAQUE À FLACIDEZ
O uso de lasers de CO2 fracionados ou Erbium é muito eficaz na produção de novo colágeno. Podem-se combinar esses lasers com ultrassom microfocado: o mais novo deles é o Megafocus, da Plataforma Solon, que, com apenas uma sessão, estimula a produção de colágeno. “Diferentemente de outros aparelhos, ele atinge também o músculo, enrijecendo-o e tornando-o mais firme”, diz o dermatologista Abdo Salomão.
Outra opção são os injetáveis, como a aplicação de ácido polilático ou de hidroxiapatita de cálcio, que são estimuladores da produção de colágeno, e ácido hialurônico, para um preenchimento natural e delicado. “Há ainda os fios de sustentação absorvíveis, que tratam a flacidez de forma simples e indolor e podem ser aplicados no rosto e no corpo”, diz a dermatologista Mônica Aribi. “Na face, dão bons resultados nas mandíbulas, redefinindo o contorno; nas bochechas, proporcionando uma recuperação do volume; nas sobrancelhas, abrindo o olhar; e, no pescoço, recuperando a firmeza e promovendo uma textura mais lisa”, afirma.
PELE LUMINOSA
A grande maioria dos tratamentos indicados anteriormente tem efeito no aumento da luminosidade da pele, no entanto, se a intenção for apenas deixar uma pele mais clara e luminosa, pode-se optar por tratamentos menos invasivos e com rápida recuperação.
Para uma pegada mais natural, a máscara de chocolate facial da esteticista Roseli Siqueira é indicadíssimo. O tratamento começa com um equipamento de fotoindução biológica, que é uma espécie de “aeróbica para as células”. Faz um desbloqueio energético e as estimula a trabalharem melhor, com aumento da produção de colágeno e elastina. O tratamento segue com uma massagem facial que promove um lifting imediato, porém duradouro, seguido da máscara de chocolate, que tem poderes antioxidantes e ajuda a desintoxicar a pele.
“Entre os injetáveis, recomendo os skinboosters, procedimentos nos quais o ácido hialurônico é injetado diretamente nos tecidos, promovendo, assim, uma eficiente hidratação para peles secas e sem brilho”, diz a dermatologista Flávia Brasileiro de Medeiros. Recomendam-se três sessões, uma vez ao mês, e uma manutenção semestral ou anual.