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Nos últimos anos, tudo virou sobre otimizar o tempo. A rotina, o corpo, o trabalho, até o sono. Só que, em algum ponto entre a hustle culture (leia-se: produtividade extrema) e o café frio das 16h, muita gente começou a sentir o vazio de correr sem saber para onde.
Se você também anda flertando com a ideia de viver um pouco mais devagar, selecionamos uma lista de filmes que funcionam como uma ótima pausa para reorganizar o caos.
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Viver (1952) – Akira Kurosawa

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O clássico japonês que já começa com um soco existencial: um burocrata descobre que tem pouco tempo de vida e, pela primeira vez, entende o que é viver de verdade.
Kurosawa transforma o tédio em poesia, e a morte em um lembrete de que ainda dá tempo de deixar uma marca no mundo.
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Dias Perfeitos (2023) – Wim Wenders

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Em Dias Perfeitos, um homem limpa banheiros públicos em Tóquio e parece, paradoxalmente, mais pleno do que muita gente realizada no LinkedIn.
Wenders filma o cotidiano como quem filma uma oração. Cada gesto é uma pequena epifania.
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O Que Ainda Está Por Vir (2016) – Mia Hansen-Løve

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Isabelle Huppert vive uma professora de filosofia que vê sua vida virar do avesso – casamento, trabalho, rotina – e precisa reaprender a existir. O filme traduz o “recomeçar” sem pressa.
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Pequena Grande Vida (2017) – Alexander Payne

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Matt Damon decide literalmente se encolher para ter uma vida mais simples: menos consumo, mais tempo, menos pressão. É uma sátira com cara de comédia, mas que deixa uma pergunta séria: o que você faria se pudesse reduzir o excesso de tudo?
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Columbus (2017) – Kogonada

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Dois estranhos se encontram numa cidade cheia de prédios modernistas e vazios internos.
Pouco acontece e esse é o ponto. A arquitetura vira metáfora para o que a gente constrói por dentro quando finalmente para de fugir.
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Paterson (2016) – Jim Jarmusch

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Adam Driver dirige um ônibus, escreve poemas e vive uma vida previsível, até que a rotina se revela extraordinária. Paterson é um antídoto contra o cansaço, um lembrete de que a beleza pode morar no banal.
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Nomadland (2020) – Chloé Zhao

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Frances McDormand vive uma mulher que, depois de perder tudo, cruza os Estados Unidos em uma van. Sem roteiro, sem luxo, só estrada. O filme é sobre liberdade e luto, mas também sobre o tempo como companhia.
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A Vida Secreta de Walter Mitty (2013) – Ben Stiller

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Clichê, mas interessante – e com uma trilha sonora ótima! Ben Stiller vive um cara preso à rotina que decide viver a aventura que sempre imaginou. O filme nos lembra que mudar o ritmo também pode ser acelerar, mas pro lado certo.
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Gosto de Cereja (1997) – Abbas Kiarostami

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Minimalista, quase um transe. Um homem dirige por Teerã buscando alguém para ajudá-lo num pedido inusitado e, no caminho, o filme vira uma meditação sobre a própria existência.
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Antes do Amanhecer (1995) – Richard Linklater

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Dois desconhecidos se conhecem em um trem e passam a noite caminhando por Viena.
É um lembrete terno de que as melhores coisas da vida ainda são analógicas: o olhar, o tempo e a conversa.
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Her (2013) – Spike Jonze

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Num futuro suave e melancólico, um homem se apaixona pelo sistema operacional do celular. Mas o que parece um romance sci-fi é, na verdade, sobre a solidão contemporânea e a falta de tempo para sentir.
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After Yang (2021) – Kogonada

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Kogonada, o rei da contemplação elegante, de novo. Um androide “filho” para de funcionar, e o pai humano começa a reavaliar o que é presença, memória e tempo.

