Andrea Beltrão volta às telas com drama intimista "Ela e Eu"

Foto: Fabio Braga/TeTo/Divulgação

Por Duda Leite

Após mergulhar de cabeça no universo da cantora e apresentadora Hebe Camargo e atrair para si os holofotes da novela “Um Lugar Ao Sol”, da Rede Globo, como Rebecca – uma cinquentona que se apaixona por um rapaz bem mais jovem do que ela – Andréa Beltrão está de volta às telas com o drama intimista “Ela e Eu”, segundo longa-metragem de Gustavo Rosa de Moura. O título é inspirado pela canção homônima de Caetano Veloso.

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Beltrão vive Bia, uma ex-roqueira que acorda de um coma profundo após 20 anos e precisa se readaptar ao mundo. O elenco conta ainda com Du Moscovis, Mariana Lima, Lara Tremouroux e Karine Telles. “Ela e Eu” chega aos cinemas nesta quinta-feira (21.07). Leia a seguir uma entrevista com Andrea Beltrão:

Andrea Beltrão volta às telas com drama intimista "Ela e Eu"

Foto: Fabio Braga/TeTo/Divulgação

Harper’s Bazaar – Em “Ela e Eu”, você interpreta Bia, que é uma ex-roqueira. Você chegou inclusive a gravar duas canções originais compostas por Lucas Santanna e Ava Rocha. Como foi essa experiência?

Andrea Beltrão – Sou muito fã dos dois. Foi muito divertido. É muito bom poder brincar disso. Cantar faz parte do meu trabalho. Se eu preciso cantar, vou lá e faço. Sou bastante disciplinada, mas não sou cantora. É o mesmo que alguém chegar para mim e dizer que vou fazer uma personagem que vai pilotar um helicóptero. É esse lugar de fazer uma coisa diferente. Eu gostei bastante.

Andrea Beltrão volta às telas com drama intimista "Ela e Eu"

Lara Tremouroux e Andrea Beltrão – Foto: Fabio Braga/TeTo/Divulgação

“Ela e Eu” é um filme que trata sobretudo das fragilidades humanas, físicas e mentais e de como sempre precisamos nos reinventar para os novos desafios que se estabelecem. Qual a importância do cuidado do grupo, da família e dos amigos nesse contexto?

Acho importante esse cuidado tanto para a pessoa, como para a família. Quando a família consegue se organizar e proporcionar um cotidiano de afeto e de presença com a pessoa que está doente, é o melhor dos mundos. Ao mesmo tempo, isso mexe muito com quem está em volta. É uma equação bem difícil. É algo que não se pode exigir de todos. Somos muito diferentes e cada um tem sua vida. Mas é muito bonito o acordo que eles fazem no filme. Também deve ser muito duro você pensar numa pessoa que você ama, sozinha numa clínica.

Andrea Beltrão volta às telas com drama intimista "Ela e Eu"

Foto: Fabio Braga/TeTo/Divulgação

Como foi interpretar Bia, uma personagem tão desprovida de vaidade?

Isso foi bem tranquilo. Nunca foi uma questão para mim o fato de estar em cena sem maquiagem ou com meus cabelos brancos. O que mais importava para mim era a verossimilhança. Uma verdade em relação ao cabelo, uma peruca bem feita, algo que desse uma imagem mais próxima do real. O fato de estar sem maquiagem, na verdade, foi super confortável. Chegava em casa com minha calça jeans e uma camiseta, era só tirar a peruca e pronto. Tive uma parceria imensa com a Bia Rubin, que é coordenadora de movimento e coreógrafa. Ela acompanhou todas as filmagens. Tive uma preparação muito grande para chegar às três etapas do condicionamento da personagem. Também ajudou poder contar com uma médica na equipe, além do Gustavo que pesquisou muito.

Vocês filmaram em ordem cronológica?

Não, fiz esse filme ao mesmo tempo que estava gravando a série sobre a Hebe. Foi uma equação muito difícil conseguir coordenar a agenda de todos. Tinha quatro semanas para filmar “Ela e Eu”, e depois tinha que voltar para gravar a série. Embaixo da peruca da Bia, tinha uma cabeleira amarelo ovo da Hebe, que eu não podia tirar para a gravação. Por isso foi muito importante dividir o filme em etapas.

Andrea Beltrão volta às telas com drama intimista "Ela e Eu"

Diretor Gustavo Rosa e Andrea Beltrão – Foto: Fabio Braga/TeTo/Divulgação

Você assina o roteiro ao lado do Gustavo Rosa e do Leonardo Levis. Foi sua primeira vez como roteirista. (O filme ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no 54º Festival de Brasília). Como foi essa experiência?

Foi muito legal, mas deu muito trabalho. Trabalhar com o Gustavo foi muito simples, no melhor sentido do termo. Ele tem uma boa escuta e sabe o que quer. Não tem medo das ideias dos outros. Muitas vezes, eu dei ideias péssimas, mas ele não se abalava com isso. A gente ia estudando a carpintaria. E isso continuou quando o Gustavo chamou o elenco – aliás, que elenco: Du Moscovis, Mariana Lima, Lara Tremouroux, Karine Telles. Teve um segundo momento de colaboração com todo o elenco. É um filme no qual cada ator contribuiu imensamente para seu personagem. As histórias vieram da colaboração de cada um.