
Leigh-Anne – Foto: Divulgação
“Quando sabíamos que a banda ia acabar, não existia uma parte de mim que pensasse em não continuar fazendo música. Eu sempre soube que precisava seguir fazendo isso sozinha”, conta a cantora Leigh-Anne em entrevista à Bazaar. Depois de 11 anos como integrante de uma das girlbands mais relevantes da década de 2010, o Little Mix, a britânica estreou sua carreira solo com o single “Don’t Say Love” – um retrato de sua fase mais madura e confiante até agora.
“Eu devo isso à minha versão mais nova. Ela sonhou com esse momento a vida inteira. Eu fui sortuda a ponto de ser colocada na maior girlband do mundo, e nós tivemos uma das melhores fases de nossas vidas. Foi a melhor coisa de todas. Aprendi muito e agora posso usar toda essa experiência para ser a melhor versão de mim mesma. É o momento perfeito”, afirma.
Sua primeira música é prova disso. Existe um quê nostálgico na sonoridade referente ao pop R&B do fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000, mas embalado com uma pegada mais moderna e eletrônica. A letra revela um nível de autoconfiança e autoconhecimento que torna difícil acreditar que um dia a artista duvidou de si mesma.
“Definitivamente, não acho que eu estaria pronta para fazer isso cinco anos atrás. Não acho que seria tão confiante quanto sou hoje, com a experiência de tudo que passei”, diz. Mas engana-se quem pensa que ter confiança significa não ter dúvidas. “Por um lado, é assustador porque eu não sabia como as pessoas iriam me receber (como artista solo). Não sabia se eu teria fãs para seguirem comigo. Era um campo minado”, confessa. “Mas posso entrar em um estúdio e escrever sobre o que eu quiser, ser honesta e falar direto do coração, o que é um sentimento muito libertador.”
Ela conseguiu transmitir essa sensação de forma visual brilhante no clipe. A certa altura, ela pula do topo de um prédio e mergulha na água. “Era para simbolizar essa limpeza e renascimento. Grande parte da minha carreira eu me senti muito invisível e subestimada. Água é muito importante para mim, é meu lugar seguro. Mergulhar na água era para limpar esse sentimento. Estou pronta para seguir em frente e mostrar a artista que vou ser e como estou conquistando isso.”
Apesar de ter passado grande parte da vida sob os holofotes, Leigh-Anne prova que ainda tem muito o que oferecer ao público. De certa forma, esse é só o começo. “Não acho que as pessoas realmente me conhecem. Em um grupo, só é possível mostrar até um certo ponto. Agora, todos os olhares estão sobre mim. Posso mostrar às pessoas minha personalidade e talento.”

Leigh-Anne – Foto: Divulgação
Além de abrir seu coração em suas letras, ela lançará um livro de memórias em outubro deste ano, disposta a ser o mais vulnerável que já esteve com seus fãs. “Foi muito interessante mergulhar fundo na minha infância e ancestralidade. Queria mostrar a jornada de como fui de uma menina muito tímida que tinha um sonho, com diferentes experiências com racismo e duvidando de mim mesma, até essa mulher confiante e forte que sou hoje”, reflete.
“Era uma batalha interna porque eu era dolorosamente tímida, mas amava cantar, então subia no palco olhando para o chão. É como se eu não quisesse que as pessoas me ouvissem, mas eu queria. Só foi na minha audição do ‘The X Factor’ que consegui me libertar disso. Acho que sabia que era a única chance que eu tinha, mas nunca parei de acreditar em mim mesma. Espero que, ao contar a minha história, as pessoas possam se sentir empoderadas a acreditar em si mesmas”, diz a artista, cujo livro se chamará “Believe”.
O momento pelo qual esperou a vida toda vai se materializar com o lançamento de seu primeiro álbum, com previsão para o início de 2024, seguido de sua turnê de estreia – que, sim, deve passar pelo Brasil. “Eu vou e mal posso esperar. Me coloquem nesse voo!”, brinca sobre sua vinda ao País. E, já que ela é amiga de Any Gabrielly e ama Iza e Pabllo Vittar – todos nomes que citou na entrevista quando perguntada sobre artistas brasileiros com quem gostaria de colaborar –, quem sabe não teremos um encontro desse no palco?
Os shows ao vivo, inclusive, são a parte para a qual ela está mais animada em toda sua jornada. Será sua primeira performance sozinha desde que tudo começou com o Little Mix. “Estou animada para as pessoas ouvirem quão aberta e honesta tenho sida em minhas músicas. Entre meu relacionamento e ser mãe, tenho muitas coisas para compartilhar. Mal posso esperar para todo mundo ver o que tenho feito.” Nós também estamos em contagem regressiva!