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“Derek e eu combinamos de guardar segredo.” Entre encabulada e misteriosa, Alexis Krauss despista especulações acerca do nome do novo disco do Sleigh Bells, Jessica Rabbit. Se é a personagem de animação ou o famoso vibrador rosa em forma de coelho, ela prefere deixar o assunto “aberto a interpretações”, como diz à Bazaar. Independentemente da resposta, é certo dizer que eles seguem como uma das mais estimulantes bandas formadas no Brooklyn nos últimos anos. Agora, com o quarto álbum sendo lançado após um hiato de três anos, o duo passa a explorar um novo território musical: mistura a barulheira dos dois primeiros LPs com o pop do terceiro. Mas caos e loucura ainda permeiam as camadas musicais de Alexis e Derek Miller. Afinal, eles ainda são o Sleigh Bells.
Para a vocalista, Jessica Rabbit foi resultado de um exercício de desinibição.“Fizemos esse disco de um jeito teimoso. Ele não tem apelo para as gravadoras grandes, nem para as alternativas.” A agressividade das guitarras e a trepidação das batidas eletrônicas, marcas da banda, continuam presentes, mas ganham respiro em faixas como Hyper Dark, primeiro single do disco. É uma música certamente menos intensa e que traz uma nova energia à dupla. “Essa faixa nos permitiu um novo espaço criativo, de conexão emocional”, explica a cantora.
O makeover sonoro partiu de um desejo de Alexis e Derek de se desprenderem do sucesso estrondoso de músicas como Crown On The Ground e Infinity Guitars (trilha de Bling Ring: A Gangue de Hollywood e Girls, respectivamente). “A gente queria deixar claro que não vamos continuar fazendo os primeiros discos várias vezes. Eu digo que vai ser uma montanha-russa para os fãs, porque esse álbum é novo e totalmente diferente”, diz ela.
O lançamento marca ainda a conquista do sonho de toda banda independente. Depois de oito anos trabalhando para diversos selos (eles foram revelados em 2008 pela gravadora britânica M.I.A.), Alexis e Derek lançam sua própria label, a Torn Clean.“Tivemos experiências em trabalhar com pessoas diferentes, mas nós nunca concordamos 100% em tudo. Hoje, não temos o orçamento grande de uma gravadora, mas temos autonomia.” A nova fase mais independente, aliás, inclui planos de show no Brasil. A única vez que o Sleigh Bells esteve no País foi para uma apresentação fechada em São Paulo. E, poucos sabem, mas os amigos Alexis e Derek se conheceram no restaurante brasileiro em que ele trabalhava em Williamsburg, o Miss Favela. “Queremos voltar e tocar em clubes pequenos, para que os fãs possam ir”, promete a vocalista.
