Lucy Ramos celebra o afro e recebe o carinho de muitas mulheres nas redes sociais. Seu sagrado feminino, movimento que busca o empoderamento, a cura, a conexão e o despertar das mulheres, envolve autocuidado, conexão e leveza no dia a dia. Assim a atriz divide seu tempo com a atuação. Ela interpreta a personagem “Paulina” na novela da 19h (Família é Tudo), uma mulher de personalidade forte e obsessiva, que é totalmente diferente da energia que a atriz vivencia. Também modelo e inspiração para muitas mulheres, ela completou 20 anos de carreira em 2024. Em uma entrevista exclusiva, Lucy reflete sobre sua trajetória, abordando não só os desafios da profissão, mas também questões de saúde mental, autoaceitação e a força que tirou das suas raízes humildes para se tornar a mulher empoderada e inspiradora que é hoje.

Em sua trajetória como atriz e mulher negra, de que forma você sente que o sagrado feminino influenciou ou transformou sua relação consigo mesma e com sua ancestralidade?

De quem eu mais leio comentários de carinho, incentivo e torcida por mim são de mulheres. Elas se inspiram pelas minhas conquistas, pela minha carreira… e a força delas me potencializa. A partir de então, sempre tento encorajar, expressar torcida e enaltecer outra mulher. Já tem tantas circunstâncias querendo nos colocar pra baixo, que uma mantendo a outra de pé é uma baita vitória! Aprendi a celebrar cada uma que está ao meu redor.

A arte e a espiritualidade muitas vezes se cruzam. Como você percebe a conexão entre a atuação e a expressão do seu feminino, seja na construção de personagens ou na sua vida pessoal?

Eu já dei vida a mulheres muito diferentes. Fiz novelas de época, novelas contemporâneas… e cada uma delas mexeu em um lugar aqui dentro. Com a Maria Cesária de Cordel Encantando um explorei uma feminilidade mais “passiva”, ela era forte, mas era delicada, doce. Com a Vanda de O Tempo Não Para já era um feminino mais empoderado, mais combativo, com discurso forte. Com cada uma delas eu absorvo um pouco e conheço as diferentes nuances do feminino.

Em meio às demandas e desafios da carreira, quais práticas ou rituais de autocuidado e reconexão com o feminino você considera essenciais para manter seu equilíbrio?

Eu reservo um tempo de qualidade para mim. Me cuido fisicamente e mentalmente. Fisicamente cuido do meu corpo, da minha casa, das minhas coisas… e mentalmente assistindo algo que eu goste e me relaxe, leio, escuto áudio Book, ouço uma boa música. Em cada uma dessas ações me aproximo da Lucy mulher, elas constroem minha personalidade.

Você iniciou sua carreira como modelo. Como é sua conexão com a moda e cuidados com a beleza?

A moda faz parte da minha carreira e tem um lugar especial para mim. Gosto de apreciar coisas bonitas. Procuro sempre estar atenta ao que está acontecendo no mundo fashion. Mas não piro em estar usando sempre a peça do momento. Gosto de imprimir a minha personalidade no que visto e nem sempre é o que está se usando no momento. Uma coisa que me preocupo é com a saúde. Então, exercícios, uma alimentação equilibrada faz parte do meu cuidado diário.

Você já interpretou personagens que simbolizam diferentes aspectos do feminino. Existe algum arquétipo ou figura sagrada que tenha inspirado suas escolhas ou que ressoe mais com a sua jornada?

As mulheres que rodeiam a minha vida me inspiram. Se a personagem tem uma história de vida forte, logo me lembro de quem eu conheço que remeta a força. Como a minha mãe, por exemplo.