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Sempre em busca da beleza, Bram Reijnders procura tesouros no céu. A partir de fotos aéreas, o artista holandês cria imagens que desafiam o olhar do espectador. Nesse jogo trompe-l’oeil, com manipulação digital, transforma realidades em elementos mágicos em superfícies que nem mesmo os habitantes das cidades que ele vasculha reconhecem o resultado. Autointitulado como “colecionador do ordinário”, rodou seis continentes atrás do novo, agora ele redescobre o Rio de Janeiro com a série Pós-Paraíso, mostrada na casa transformada em galeria que um dia pertenceu a Elis Regina, no Joá, Rio de Janeiro.

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O artista plástico holandês, que há 20 anos mora em terra brasilis, transforma um guarda-sol na areia de Copacabana em um ponto ou em uma flor. É abstrato, figurativo ou pintura? O artista não pede respostas. Sugere ritmo, fruição e deleite sobre cenas de praias, parques de diversão, igrejas e o Carnaval. O trabalhoso processo é o que importa. O suporte das molduras são restos de outdoors recolhidos em cidades estrangeiras, como Berlim. Depois, ganham camadas de lustrosa resina. Cada foto demanda entre 20 e 30 horas de preparação, seguidas da mão de obra, o que inclui intervir com fogo sobre as laterais dos trabalhos. Com a finalização toda feita em seu espaço na Holanda, onde Bram Reijnders mantém sua galeria comercial (a AbrahamArt), os trabalhos vêm, então, de volta.

O resultado combina destruição e luxo; glamour e decadência, estabelecendo interessantes e inesperados níveis de contrastes, tais como os centros urbanos que o artista registra. A abertura aconteceu esta semana em evento produzido por Kessya Fernandes, lista de Candé Salles, show de Seu Jorge e DJ set do produtor musical Ubunto.