Por Adriana Lerner e João Victor Marques
No centenário do Modernismo no Brasil, celebrado com os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, o olhar reparador sob a arte é um caminho ideal e necessário de se ter para entender o povo brasileiro e suas nuances. Neste tom, Bazaar enaltece cinco artistas daqui que vale a pena você acompanhar, conhecer o trabalho e se inspirar nas obras.
Conheça-os abaixo:
Francisco de Almeida
Francisco de Almeida ou Delalmeida, como é carinhosamente chamado, é o grande destaque da mostra coletiva “Brasilidade Pós-Modernismo”, que ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, não só por ter suas magníficas obras penduradas no atrium do CCBB, mas também pelo que elas entregam.
Dedicado à xilogravura, o artista cearense, de 59 anos, é autodidata e ultrapassa sua grande dificuldade física e motora para enaltecer o divino ao mesmo tempo em que mistura realidade e ilusão dentro de um mix de referências pessoais que vêm de raízes concretas da literatura de cordel. Vale a pena dedicar inúmeros minutos de contemplação única às obras penduradas na sala central do museu.
Gê Viana
Gê é uma artista maranhense, da pequena cidade de Santa Luzia do Tidi. Aos 35 anos, vive atualmente em Paço do Lumiar. Suas colagens e fotocolagens têm caráter de denúncia ao darem visibilidade e fortalecerem processos coletivos de reinvindicação da identidade afro-indígena.
Jogando luz sobre a cultura dos povos originários do território brasileiro, suas obras costumam ser expostas na técnica do lambe-lambe. Destaque para a série Atualizações Traumáticas de Debret.
Armarinhos Teixeira
O artista paulistano, nascido em 1974, vive e trabalha na cidade de São Paulo. Na mostra, ele apresenta seis filmes inéditos em 3D sobre os biomas brasileiros. Os vídeos anunciam a instalação intitulada Estação Biológica, propondo recopiar as características de uma árvore: proteção, abrigo, alimento e fonte de energia, entre outros.
Marlene Almeida
Nascida em Bananeiras, na Paraíba, em 1942, é uma artista graduada em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Seu trabalho é dedicado e pioneiro no âmbito da pesquisa de materiais e de pigmentos. Elementos naturais, como sementes e raízes, são recorrentes em suas obras – que expressam e falam sobre vida. O protagonista de sua arte é o silêncio da natureza, que joga luz à origem de tudo e todos.
Maxwell Alexandre
Morador da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde nasceu e foi criado, Maxwell Alexandre é, sem dúvida, um dos principais novos expoentes da arte contemporânea mundial. Graduou-se em Design pela PUC-RJ e tem raízes evangélicas dentro de casa.
Suas obras ressaltam elementos e tradições da cultura popular, fazendo delas uma ode à resistência cultural, estética e orgânica da cultura periférica. O artista foi o grande destaque brasileiro na última Semana de Arte de Miami, com uma enorme obra exposta na Meridians, importante seção da Art Basel.
Mostra coletiva “Brasilidade Pós-Modernismo”
Curadoria de Tereza de Arruda
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Até 7 de março
Aberto todos os dias, das 9h às 19h, exceto às terças