Prato do restaurante Micaela: chuchu cru e marinado, camarão frio em laminas e pimenta de macaco – Foto: Reprodução/Instagram
Por Roberta Lowndes
Amo salada de chuchu! Hoje cedo quando escrevi essa frase no post do Restaurante Micaela me acendeu uma luz.
Sempre achei que minha paixão por restaurantes tinha nascido em acompanhar meu pai no hobby de desfrutar dos prazeres da experiência enogastronomica, que na época a gente nem sabia que tinha esse nome tão “trendy”.
Aí me lembrei que, ainda pequenininha, eu tinha uma casa na árvore, na minha casa em Petrópolis. Nessa casinha eu tinha um fogão. Era um fogãozinho de Agatha antigo com 2 bocas e um forninho que eu brincava de cozinhar aquela clássica sopa de folhas na panelinha de plástico.
Mas, como uma grande cozinheira sempre quer evoluir suas criações, disse para a minha mãe que queria cozinhar de verdade. E assim instalamos duas velas, uma em cada boca do fogão e, no melhor movimento slow food, fui buscar chuchu no mato no morro de casa.
Minha mãe me ensinou a ralar o chuchu bem fininho e assim cozinha-lo na água aquecida pela vela. E voilá…um bom tempero e estava feito meu primeiro prato. Salada de chuchu.
Até hoje eu amo comer chuchu. A tal salada de chuchu raladinho, fritada de chuchu com ovo, barquinhas de chuchu recheadas de carne moída e gratinadas com molho banco, o clássico ensopado de camarão com chuchu.
De fato, um clássico! A receita é creditada aos cozinheiros da Confeitaria Colombo Rio de Janeiro, onde o camarão ensopadinho com chuchu já constava nos cardápios de 1894. Em São Paulo, o Dona Onça também tem a opção no cardápio, fazendo jus ao prato e mantendo a tradição.
