Foto: Tereza Eugênia

Clara Nunes foi uma das vozes mais populares deste Brasil, morta precocemente aos 40 anos, nos idos de 1983. Mineira de Caetanópolis, a meteórica trajetória da cantora está retratada no livro Clara, uma fotobiografia, que chega às livrarias neste sábado (02.03). Há fotos de Wilton Montenegro (conhecido por retratar nomes da música na segunda metade do século 20), Thereza Eugênia e Ricardo Beliel, até imagens dos acervos do Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Estado de Minas, revistas Manchete e O Cruzeiro, além do Museu da Imagem e do Som (Coleções Nelson Motta e Jorge Murad) e Instituto Moreira Salles (Coleção José Ramos Tinhorão).

Foto: Divulgação

“Clara era a alma do Brasil como cantora”, disse uma vez Chico Buarque, o que reforça o fato de que ela recusava o rótulo de sambista: “Sou uma cantora da música brasileira”. Ao trocar o catolicismo pela umbanda, Clara passou a encarnar tudo o que as raízes africanas trouxeram ao Brasil. Artistas como Maria Bethânia, Marisa Monte, João Bosco e Dori Caymmi deram depoimentos ao livro em um amplo arco visual – publicado pela Numa Editora em parceria com a editora PUC-Rio.

O livro traz um completo registro iconográfico organizado por Julio Diniz (professor da PUC Rio e gestor cultural), que também assina um dos ensaios da edição. Além dele, são autores dos ensaios: Rodrigo Alzuguir (pesquisador e especialista em música brasileira), Giovanna Dealtry (doutora em letras e autora de “Clara Nunes – guerreira”), Aza Njeri (doutora em Literaturas Africanas), Luiza Marcier (estilista e designer) e Rodrigo Faour (jornalista e historiador da música brasileira).