Por André Aloi
Aos 34 anos, a paulistana Maria Laura Nogueira, uma das mais reluzentes ascensões da dramaturgia brasileira atual, é uma capricorniana que diz viver para o trabalho e para os amigos. Não à toa, uniu ambas as prioridades ao ver lançado, há poucas semanas, seu primeiro longa, o falado Amores Urbanos. Ela se sentia atrasada por ainda não ter um filme de cinema no currículo. Mas compensou estreando em um papel de protagonista e sendo dirigida por uma grande amiga,Vera Egito.“Comecei melhor do que pensava. Amores, para mim, é enorme. O tipo de filme que me atrai. Essa linha mais indie, um pouco mais cult”, conta à Bazaar.
Com certeza, você já deve ter visto o rosto de Maria Laura por aí.Além de atuar em dezenas de comerciais, inclusive com direções estreladas – como a de Fernando Meirelles –, este- ve recentemente na minissérie Marias (canal pago Sony) e fez participações especiais em uma coisa ou outra na TV Globo, como a série JK e a novela Ciranda de Pedra, vídeos musicais e até programas na MTV, como Descolados. “Aos 19 anos, era meu objetivo [estar na Globo]. Hoje, quero permanecer no cinema e atuar também em séries, como as do Netflix”, afirma.
Influenciada pela sua São Paulo, Maria Laura reúne em si todos os atributos para ser, mesmo, uma musa indie, como deseja. É linda, urbana, antenada, moderna, ligada em moda e música.“Ela é, certamente, com o adendo maravilhoso de que não é só isso. Geralmente, esse estereótipo não agrega nada ao mundo. E esse é o verdadeiro pulo do gato da Maria Laura. Porque ela é uma ótima atriz, com um trabalho supersólido. Tem esses atributos, além de consistência e comprometimento. Espero que faça muitos filmes”,derrete-se a diretora e roteirista Vera Egito.
Ao lado do ator Lucas Veríssimo, Maria Laura emprestou recentemente seu hype para o vídeo de Romeo, do amigo músico Thiago Pethit – estão todos em Amores. Ela e o cantor se conhecem desde os 16 anos, quando fizeram teatro juntos. “Não tenho dúvidas de que é das melhores atrizes que já vi”,crava Pethit.
Formada em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de SP, está sempre estudando, inclusive aos fins de semana. Quando não pode ir ao teatro ou cinema, vê filmes em casa. Mas nem sempre foi assim. Aos 16, passava cinco horas por dia em um estúdio de dança, treinando balé. Havia acabado de voltar de uma temporada na Royal Academy of Ballet, de Londres. Faltava tempo para os amigos, para um crush adolescente, e, mesmo com o corpo doendo, não queria sair. Fora que não conseguia se ver longe do palco. Entrou em pane!
Geralmente, os pais nunca querem assumir um filho artista, até que venha a fama. No caso dela, foi totalmente o oposto. Seu pai quem sugeriu:“Por que você não vira atriz de uma vez?”, pois estudava teatro desde os 10 anos. Na semana seguinte, estava fazendo teste de aptidão para o curso de formação de atores Célia Helena.“Meu pai foi atrás da melhor escola. Quando vi, tinha quatro calhamaços para estudar e, em um fim de semana, ainda tinha de ver uma peça para a prova”, recorda, falando que os pais a ajudaram a estudar e liam as falas em voz alta. Hoje, não leem mais, mas acompanham de perto o trabalho da filha, que, ao que parece, vai longe. Se depender dela, Hollywood é o limite.