Cena de “Sem Coração” – Foto: Divulgação

O Festival de Cinema de Veneza, ou Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica di Venezia em italiano, é um dos eventos cinematográficos mais antigos e notáveis do mundo, com início em 1932. Ele não só teve um papel importante na história do cinema – introduzindo ao mundo filmes icônicos como “Se Meu Apartamento Falasse” (1960), de Billy Wilder e “La La Land” (2016) de Damien Chazelle – como também ainda funciona como um ponto de encontro e discussão sobre o cinema internacional.

Neste ano, quatro produções brasileiras representarão o País e serão prestigiadas por essa verdadeira carta de amor aberta que é o Festival de Veneza. Neste ano, o evento acontece entre 30 de agosto e 9 de setembro, mas, para aquecer, a Bazaar apresenta um guia sobre os cineastas nacionais e as suas obras.

“Sem Coração (Heartless)”, Nara Normande e Tião

Inicialmente, “Sem Coração” foi apresentado como um curta dirigido pela dupla Nara Normande e Tião, lançado em 2014. Nele, acompanhamos o jovem Léo que, durante férias na casa do seu primo, em uma vila pesqueira, conhece uma menina que leva o apelido de “Sem Coração”.

Na edição deste ano do Festival, a produção ganha uma versão longa-metragem da história, seguindo o reconhecimento do público pela história original. Tião é conhecido pelo seu trabalho como diretor e roteirista do longa-metragem controverso “Animal Político”, de 2017. Nara, por sua parte, tem duas animações em seu currículo: os inovadores “Dia Estrelado” (2011) e “Guaxuma” (2018).

“Queer Utopia: Act I Cruising”, Lui Avallos

Cena de “Queer Utopia: Act I Cruising” – Foto: Divulgação

“Queer Utopia: Act I Cruising” é um curta de 25 minutos apresentado em experiência VR, ou seja, realidade virtual. Parte da “Venice Immersive”, seção do festival focada neste novo tipo de narrativa, a obra conta a história de Gabriel, um homem queer de 70 anos que está perdendo a memória. Durante uma viagem de reconstrução e ressignificação, o espectador revisita diversos momentos importantes na vida do protagonista e sua passagem por marcos geracionais da cultura queer que jamais podem ser esquecidos ou apagados.

“Origen”, Emilia Sanchez Chiquetti

Cena de “Origen” – Foto: Divulgação

Também parte da programação do “Venice Immersive”, o curta de 25 minutos nasceu da mente criativa de Emilia Sanchez Chiquetti. Filha de brasileira e nascida na Argentina, Emilia possui uma paixão imensa pelo fazer do cinema imersivo. Em “Origen” – projeto desenvolvido em outra edição do festival e apresentado agora -, ela nos leva em uma viagem emocionante que conecta a floresta amazônica, as montanhas do Andes e o deserto argentino. Atualmente, a artista vive e cria em Florianópolis, Santa Catarina.

“Finalmente Eu”, Marcio Sal

Cena de “Finalmente Eu” – Foto: Divulgação

Mostrando a paixão e o talento dos brasileiros pela arte da realidade virtual, “Finalmente Eu” é um curta de 14 minutos que também faz parte da seção “Venice Immersive” do festival. Conhecido pelo seu trabalho como diretor de arte no longa-metragem “Luz, Anima, Ação” (2013) e nos curtas “Cine Metro” (2021) e “Olteanca” (2016), Marcio Sal apresenta uma visão estética e expertise virtual impressionantes. Em “Finalmente eu”, somos levados em uma sessão imersiva de um músico reprimido que, entrando em um clima carnavalesco, aprende a se libertar.