
Lorde lança terceiro single, Hammer
Lorde sempre foi uma artista de metamorfoses. Desde os vocais melancólicos de Pure Heroine até o frescor solar de Solar Power, ela não se repete — e parece ter feito disso um princípio. Com o lançamento de Hammer, faixa que chegou acompanhada de um videoclipe instigante nesta quinta-feira (20), a neozelandesa confirma o que muitos já suspeitavam: estamos diante de um novo capítulo em sua trajetória, mais ousado, físico e experimental.
A canção é o primeiro vislumbre de Virgin, álbum previsto para 27 de junho, e traz uma estética sonora que flerta com o eletropop, sem medo de investir em batidas programadas e camadas densas de sintetizadores industriais. A produção ficou nas mãos de Jim-E Stack, nome por trás de discos como Desire, I Want to Turn Into You, de Caroline Polachek, e My Mind Wanders and Sometimes Leaves Completely, de Lola Young. A parceria parece ter destravado algo visceral em Lorde — e ela reconhece isso.
“Ele ama percussão tanto quanto eu. A gente foi tirando tudo que pudesse atrapalhar a batida de virar um hit”, contou à BBC Radio 6, com a informalidade de quem está se divertindo no estúdio como há muito não acontecia.
Novo álbum
Essa liberdade criativa também aparece em sua relação com o público. Depois de anos mantendo certo mistério em torno da própria imagem, Lorde agora assume uma postura mais aberta, até caótica — nas palavras dela. Em entrevista recente à Rolling Stone, revelou estar “obcecada pelo TikTok”, um contraste curioso com declarações de 2023, quando dizia se sentir mentalmente drenada pela plataforma. Agora, a artista se rende à estética confessional e fragmentada do app, reconhecendo ali um novo espaço de conexão com os fãs.
“Hammer” é, portanto, mais do que um single — é uma declaração de intenções. Em carta publicada em seu site oficial, ela descreve a faixa como uma tentativa de tirar a música da cabeça e levá-la ao corpo. “Eles já sabem que você é inteligente. Não precisa provar isso o tempo todo”, escreveu, em tom quase libertador.
Com mais duas faixas já divulgadas — What Was That? e Man of the Year — e outras oito inéditas prometidas para o final do mês, Virgin desponta como uma obra que busca intensidade sem excessos conceituais. É o som de uma artista deixando de lado o filtro da racionalidade para se entregar ao que é cru, pulsante e, acima de tudo, sensorial.
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