Foto: Nana Moraes

Com mais de 30 anos de carreira e trabalhos em diversas plataformas, Malu Galli estreia em sua primeira novela de época, “Além da Ilusão”, da Rede Globo. No papel de Violeta, a atriz deve gravar até meados de julho, mas também tem previsão de lançamentos no cinema e no streaming para este ano. Em entrevista à Bazaar, ela contou que gostaria de experimentar outras formas de contar histórias, investindo mais tempo em seus trabalhos como diretora e autora. 

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Malu sempre quis ser atriz, desde criança sua brincadeira favorita era encenar peças em casa e na escola. O gosto era dividido por algumas amigas, e foi graças a uma delas que ela acabou indo parar no Tablado, escola de teatro amador no Rio de Janeiro. “Eu fiz Tablado dos 10 aos 15 anos e ali me encontrei mesmo, me senti muito em casa no palco, com a linguagem”, conta.

Logo depois, com 16 anos, a artista resolveu entrar para um curso profissionalizante, no qual ficou até os 18. Assim, Malu terminou a escola no mesmo tempo em que se formou no teatro, ali já engatou em sua primeira peça profissional e não parou mais. “Depois que você é picado pelo bichinho do teatro é difícil largar, tem gente que larga, mas eu não consigo.”

O início de sua carreira como atriz aconteceu com a Companhia Teatro Autônomo, que na época era dirigida por Jefferson Miranda, uma pessoa muito importante na trajetória de Malu. A forma de trabalhar do grupo era em cima da improvisação, eles levantavam a dramaturgia em salas de ensaio, improvisando durante meses até chegar no texto. Para ela, isso foi uma verdadeira escola de teatro.

Foto: Nana Moraes

“A gente precisa da improvisação para poder criar, mesmo quando você sai de um texto pronto. A improvisação deixa o acaso agir, deixa o imprevisto chegar, e o imprevisto é sempre bem-vindo no teatro”, afirma Malu. 

Embora ame fazer trabalhos na TV, no cinema e agora nos streamings, Malu conta que o teatro tem um lugar especial em sua vida e ela não aguenta ficar muito tempo sem fazer. “Como é meu lugar de formação, é como se fosse um retorno para as minhas origens. É uma caixa de pandora que eu me nutro e depois vou usar em outros trabalhos”, conta ela.

Nesse sentido, existem alguns trabalhos nos palcos que marcaram a carreira da atriz. Ainda na Companhia Teatro Autônomo, ela participou da peça “Uma Coisa Que Não Tem Nome”, que representou uma mudança estética da companhia e na qual a atriz pôde explorar outros lados. “Conjugado” foi importante por ser sua primeira produção, seu primeiro monólogo e sua primeira criação dramatúrgica mais concreta. “Ensaio.Hamlet” com a Companhia dos Atores e “Diálogos com Molly Bloom”, que produziu sozinha, também foram muito importantes para sua trajetória.

Na televisão, a minissérie “Queridos Amigos” foi seu primeiro grande trabalho, no qual conheceu diversos colegas que continuam amigos até hoje. Depois disso, Malu conta que gostou muito de fazer “Cheias de Charme”, novela que teve um peso significativo em sua carreira na TV. E em “Amor de Mãe”, ela falou sobre dar vida a Lídia, uma socialite alcoólatra e totalmente colapsada.

Já no cinema, os trabalhos que lembra com mais carinho são “Seus Ossos e Seus Olhos”, um curta de Caetano Gotardo pelo qual ganhou o Kikito em Gramado de melhor atriz. Assim como “Achados e Perdidos”, do Zé Joffily, um noir carioca que, segundo ela, é muito bom e foi pouco assistido. 

“E tem um filme que vai ser lançado agora, que, para mim, foi muito importante fazer e espero que seja importante para as pessoas quando assistirem também, que é o ‘Propriedade Privada’”, diz ela sobre o trabalho em que tem sua primeira grande protagonista na telona. Filmado em 2018, em Pernambuco, o filme de ação deve estrear ainda este ano.

Foto: Nana Moraes

Por enquanto, a artista está focada nos trabalhos em “Além da Ilusão”, novela das 18h da Rede Globo. Segundo ela, a produção tem tido um ótimo retorno do público, as pessoas estão curiosas querendo saber o que vai acontecer. “Acho que faltava na TV esse melodrama, que é o que o público de novela quer. Não são clichês, são ingredientes que o espectador reconhece porque já viu em outros lugares, mas que é bom ver de novo”, conta ela.

Outra produção com Malu prevista para sair neste mês é a segunda temporada de “Desalma”, uma série de suspense psicológico da Globoplay. “É um outro registro que eu também não tinha feito antes, uma trama cheia de mistérios e, para um ator, é muito gostoso explorar um enredo assim”, destaca. 

A sequência de trabalhos mostra a diversidade de personagens que a atriz gosta de fazer, mas algo que todos eles têm em comum é a possibilidade de contar uma história. “Gosto quando o personagem conta uma história por meio da trajetória dele naquela narrativa, quando eu tenho alguma coisa para falar através dele”, diz ela. Nesse sentido, a internet é uma grande aliada da atriz, para dizer se o público está entendendo o que sua personagem quer transmitir.

“Na verdade, acho que o que eu gosto mesmo é de contar histórias, e agora estou querendo me experimentar de outras formas, para além do trabalho como atriz. Quero escrever, dirigir, produzir, quero estar em outros lugares do projeto”, ressalta Malu, que deve investir mais do seu tempo em trabalhos pessoais pensando em ocupar mais esses espaços.