Jorja Smith – Foto: Divulgação

Jorja Smith tem aquele sorriso no rosto capaz de iluminar os arredores. Por Zoom, a britânica de 26 anos falou à Bazaar de sua casa, onde está se preparando para os meses caóticos que a aguardam no lançamento de seu novo álbum, “falling or flying”, previsto para 29 de setembro.

No início da conversa, se animou ao falar de seu crescimento desde o último álbum “Be Right Back” (2021). “Sinto que me tornei uma mulher”. Em tom leve e brincalhão, ela comentou que, antes, suas composições sempre pareciam imaginárias e exageradas. Quem nunca ficou sonhando acordado sobre aqueles “e se” e imaginando cenários de uma vida romantizada digna de filme? Desta vez, Jorja nem precisou recorrer à imaginação – sua vida já é caótica o suficiente para servir de inspiração. “Estou escrevendo sobre o que realmente estou passando, o que vivi e observações do que senti. Me sinto agora uma mulher que já passou por poucas e boas”. Nos episódios de quem está se encontrando a vida adulta, Jorja criou um grupo de canções que, segundo ela, são sobre amor-próprio, autorrealização e crescimento.

O processo criativo da compositora, por mais peculiar que pareça, é fascinante o bastante para comprovar que ela nasceu para ser uma grande estrela. “Tenho melodias na minha cabeça o tempo todo”, conto. Desde cozinhar cantarolando até correr para o estúdio para colocar uma ideia no microfone, Jorja praticamente respira a música. Diz até que, em qualquer momento durante a entrevista, poderia ter uma ideia e começar a criar uma melodia inédita e inesperada (algo que seria não só uma honra, mas um momento mágico para se ver). Para ela, tudo vem de um flow – a cantoria vira melodia, ganha palavras até que se torna uma canção. “Gosto de me concentrar apenas na música, sou muito focada nisso. Eu só quero fazer meus shows”, narra.

Jorja Smith – Foto: Divulgação

No estúdio, diverte-se como ninguém. Afinal, ela está em um local quase como um santuário para uma amante e criadora de música. Cercada de pessoas com quem se dá bem e confia, a cantora não sente a mínima pressão de ter que fazer como os seus outros álbuns e compor canções parecidas com os seus outros hits. “Sinto que me conheço e que tudo ficará consistente de alguma forma”, explica. Explorando sons e temas diferentes dos antecessores, Jorja vai adentrando às suas composições até o ponto de perceber coisas que colocou inconscientemente. “Às vezes, nem sei sobre o que estou escrevendo, aí converso com meus amigos e é só aí que percebo o que quis dizer”.

Sobre o que toda essa criação significa, ela reconhece o impacto de sua música no mundo e na vida de cada indivíduo: “É para isso que uso a música: entender melhor a situação que estou passando”. Uma das artistas com quem se identificava era Amy Winehouse. Ela a escuta desde pequena, mas diz que foi só na adolescência que começou a entender o que Amy queria dizer em suas composições. Para ela, essa é a magia do mundo da música – virá algo tão universal que atinge diferentes pessoas em diversas fases da vida.

Tem, porém, o outro lado da moeda. Com a fama, vem a exposição ao mundo. Mas, só recentemente se percebeu como uma artista conhecida, pois nunca quis o status de celebridade. “Existem tantas opiniões, mas já sou muito crítica e a maioria das coisas negativas que as pessoas dizem, eu já pensei sobre mim mesma”, confessa. Como toda jovem, Jorja tem as suas inseguranças e aqueles dias em que a autoestima não está das melhores. O que dita o quão afetada Jorja fica com os comentários depende disso, mesmo que, ao olhar externo, a cantora pareça sempre brincalhona e segura de si. “Ainda estou me encontrando porque sou muito jovem”, conclui.

Há diversas coisas que Jorja ainda quer fazer e realizar em sua carreira, e seu próximo álbum é só mais um presente do que pode e quer entregar ao mundo da música. Com letras pessoais de alguém que está iniciando a vida adulta, “falling or flying” vai surpreender não só os fãs do agora, mas os futuros. Com talento excepcional e dedicação impressionante, ela representa seu amor e dedicação à arte.