Filme “Assassino da Lua das Flores” | Foto: Divulgação

Está chegando a hora de uma das noites mais importantes do cinema: o Oscar 2024. Neste domingo (10), o Teatro Dolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos, será palco da cerimônia da 96ª edição, com organização da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Pela quarta vez, o apresentador Jimmy Kimmel será anfitrião do evento. Na corrida pela estatueta, a lista é liderada por “Oppenheimer”, com 13 indicações. Em seguida, estão “Pobres Criaturas”, com 11 indicações, e “Assassinos da Lua das Flores,” com 10. “Barbie” fica em quarto lugar, com 8 indicações.

As outras premiações relacionadas ao cinema, inclusive, popularmente nomeadas como “termômetro do Oscar”, apontaram que o grande filme do Oscar 2024 deverá ser a obra dirigida por Christopher Nolan. Ainda sim, nada está decidido. Quem se lembra de 2016? Ano no qual “Spotlight – Segredos Revelados” levou o prêmio principal da noite, o de Melhor Filme, enquanto “O Regresso”, o filme mais comentado da época, premiou Alejandro González Iñárritu como Melhor Diretor, e Melhor Ator foi para Leonardo DiCaprio. Tudo é possível. Até porque, olhem quantas histórias incríveis foram contadas dentro das salas de cinema.

Filme como “Pobres Criaturas”, “Assassinos da Lua das Flores”, “Barbie” e “Anatomia de uma Queda” ressaltam a força feminina e seu universo complexo. Enquanto, “Oppenheimer”, “Zona de Interesse” e “Assassinos da Lua das Flores” lidam com a execução e a desvalorização da vida como uma tendência, infelizmente, vinda da guerra e do extermínio. Já “Os Rejeitados”, “Vidas Passadas” e “Ficção Americana” apresentam questões a partir do ponto de vista psicológico, perante vivências de seus personagens como a imprevisibilidade do afeto, experiência imigrante, maturidade nos relacionamentos, questões familiares e hipocrisias raciais, respectivamente. Mais do que nunca, independente do período em que o longa-metragem é retratado, os assuntos são extremamente atuais, além das performances impactantes e totalmente fora da zona de conforto. Diferente de todas as últimas edições, não há um trabalho que a opinião popular julgue como ruim, o que torna a premiação é uma das mais arriscadas dos últimos anos.

Filme “Zona de Interesse” | Foto: Divulgação

Hora da verdade

Dentre todos os concorrentes, “Barbie” ficou para trás. A maior ameaça para Oppenheimer parece ser “Pobres Criaturas“, do cineasta grego Yorgos Lanthimos. Os longas dividiram a atenção no Globo de Ouro: o primeiro venceu como Melhor Filme de Drama e, o segundo, como Melhor Filme de Musical ou Comédia. Ainda sobre a obra de Nolan, Cillian Murphy, que interpreta o protagonista J. Robert Oppenheimer, é o favorito à estatueta de Melhor Ator. Talvez, Paul Giamatti, de “Os Rejeitados”, desbanque o ator. Paul conquistou o prêmio no Critics Choice e o Globo de Ouro de Melhor Ator em Musical ou Comédia – enquanto Murphy venceu como Melhor Ator em Drama.

A outra briga é na categoria de Melhor Atriz entre Lily Gladstone, pelo papel em “Assassinos da Lua das Flores”, e Emma Stone, por “Pobres Criaturas”. As duas faturaram estatuetas no Globo de Ouro, enquanto Emma foi favorita no Bafta e no Critics Choice, e Lily no SAG. Como se não bastasse, a atriz alemã Sandra Hüller vem sendo bastante elogiada pelo papel em “Anatomia de uma Queda”. Filme que ganhou destaque, devido também a performance de um cachorro, Messi, que tem uma importância crucial na obra.

Melhor Roteiro Adaptado também é uma incógnita. “Ficção Americana”, “Barbie” e “Oppenheimer” estão aquecidos na corrida. Assim como Melhor Maquiagem entre “Maestro” e “Pobres Criaturas”, que também briga como Melhor Figurino e Melhor Design de Produção com “Barbie”. Nas questões técnicas, Melhor Som ganha destaque de “Oppenheimer” e “A Zona de Interesse”, ambos os filmes que utilizam do recurso como personagem da história. Já em Melhor Roteiro Original, “Anatomia de uma Queda”, “Os Rejeitados” e “Vidas Passadas”. O que pode estar 99% garantido é as categorias de coadjuvante: com Robert Downey Jr., que levou todos os prêmios até agora por “Oppenheimer”, e a atriz Da’Vine Joy Randolph que brilha em “Os Rejeitados”.

“Priscilla”, filme de Sofia Coppola, que não estará no Oscar | Foto: Divulgação

Ignorados ou reflexo de muitas obras?

Após a pandemia, que paralisou o universo do cinema, muito dos filmes que estão nessa temporada tiveram seus lançamentos influenciados pela greve de Hollywood, mobilizada pelo Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA). Ao total, foram 118 dias totais de paralisação, a mais longa na história da indústria do entretenimento, que acabou em novembro de 2024. Desta forma, com a paralização das gravações e falta de estrelas no tapete vermelho, houve a vantagem na temporada de premiações para os streamers. Além de um respiro para os atores, diretores e toda cadeia em meio a tantos lançamentos de forma frenética. No entanto, após o período, muitos filmes foram lançados e que, inclusive, não foram para o Oscar. Muitos que até fizeram barulho, mas não foram indicados. Como é o caso de “Priscilla”, filme de Sofia Coppola, “Ferrari”, de Michael Mann, “O Assassino”, de David Fincher e “Todos Nós Desconhecidos”, filme de Andrew Haigh.

Quando saiu a lista dos indicados, muito se falou sobre a ausência de algumas categorias para “Barbie”, como de Melhor Atriz para Margot Robbie e Melhor Direção para Greta Gerwig. Hoje, arrisco dizer que compreendo já que a régua está muito alta. Ainda, a “sorte” é que “Duna: Parte 2“, filme de Denis Villeneuve não entrou nessa edição da premiação. Se não, seria uma briga de cachorro grande com “Oppenheimer”, principalmente em categorias técnicas. Agora, o que não é compreensível é a ausência de Leonardo Dicaprio e Penélope Cruz por seus trabalhos em “Assassinos da Lua das Flores” e “Ferrari”, respectivamente.

Onde assistir

Marque na agenda: a premiação será transmitida na TV a cabo, pela TNT, e no streaming, na HBO Max (agora Max). Se você, assim como a gente, adora um  tapete vermelho, o pré-Oscar começa uma hora antes da cerimônia, às 19 horas.