NJOMZA – Foto: Divulgação

Sabe aquela pessoa que nasceu para ser uma pop star? Em alguns minutos de conversa com a cantora e compositora NJOMZA, já deu para perceber que ela é um daqueles talentos natos que não tem como ignorar. Mesmo se você ainda não a conhece por nome, com certeza a conhece pelas palavras. Afinal, ela colaborou com Ariana Grande em dois de seus maiores hits, “7 rings” e “thank u, next”, demonstrando sua habilidade de transformar sentimentos em músicas divertidas e viciantes.

Tudo começou com o rapper lendário Mac Miller, que faleceu em 2018. NJOMZA era grande fã dele e chamou a atenção do ídolo com covers de suas músicas online. O resto é um lindo (mesmo que tumultuoso) conto de fadas musicais. Além de ser a primeira artista que Mac contratou para o seu selo, REMember, ela também participou de seu último projeto, o aclamado álbum “The Divine Feminine”.

Em 2016, a alemã crescida nos Estados Unidos lançou o seu primeiro projeto de música solo chamado “Sad For You”. Em 2018, o seu EP “Vacation” lhe rendeu atenção mundial e reconhecimento de gigantes da música. Agora, ela apresenta o seu trabalho mais pessoal: o EP “Stages”, que relata os diversos estágios de um fim de relacionamento.

A Bazaar conseguiu conversar um pouco com a cantora sobre o que música significa para ela, a importância de “Stages” e como é o seu processo criativo. Leia abaixo:

NJOMZA – Foto: Divulgação

Harper’s Bazaar – O que te atraiu para explorar o tema do término de um relacionamento e seu impacto nas emoções humanas para o seu EP?

NJOMZA – Acho que simplesmente nasci como uma garota apaixonada e supersensível. Então, é um assunto comum que surge sempre que entro na cabine de gravação. É a primeira coisa que me vem à mente.

Você baseou o álbum em experiências pessoais ou na observação de outras pessoas?

Definitivamente começou como algo muito pessoal. À medida em que você escreve, torna as coisas um pouco mais dramáticas ou menos dramáticas, mas diria que é cerca de 80% pessoal.

Recentemente, conversei com uma escritora e ela disse que se você alterar algo sobre a personagem – por exemplo, em vez de dizer que ela é morena, dizer que ela é loira -, a pessoa não vai perceber que é sobre ela. Você acha que a pessoa para quem você escreveu as músicas vai perceber que são sobre ela? Você tem algum receio quanto a isso?

Inicialmente, estava um pouco com medo do que ela pensaria e se saberia, mas acho que é meio óbvio na minha vida pessoal. Sempre é assim: “sim, é meio sobre você, mas não completamente”. Não preciso dizer diretamente exatamente o que é. Isso é liberdade de expressão na música.

NJOMZA – Foto: Divulgação

Você escolheu intencionalmente focar apenas no término para este álbum ou isso naturalmente emergiu como um tema durante o processo de composição? O que veio primeiro: o conceito ou as músicas?

Surgiu naturalmente enquanto estava no estúdio escrevendo. Na verdade, não sabia o que o projeto seria, nem como iria chamar. Conforme as músicas ganharam vida, percebi que havia um tema e foi assim que tudo se desenvolveu.

Como é o seu processo de composição?

Tem que vir naturalmente para mim. Nunca gosto de forçar nada, geralmente marco uma sessão quando sinto que preciso tirar algo do peito. Assim que me sento, sempre surge algo. É raro para mim entrar no estúdio e não sair nada. Como disse, sou uma pessoa sensível, então há muitas emoções e sinto a necessidade de expressá-las.

Que tipo de arte você ouve enquanto está criando? Existe alguma inspiração musical específica para este projeto?

Me inspirei em várias coisas, queria que tivesse elementos pop, assim como R&B, e que também tivesse uma sensação mais atual. Rihanna é uma das minhas artistas favoritas. Cresci ouvindo Britney Spears, Christina Aguilera e Destiny’s Child. Então, sinto que há pequenas nuances de tudo isso.

Você já trabalhou com outros artistas antes. Como você aborda a composição de forma diferente ao criar música para si mesma em comparação com outros artistas?

Quando escrevo músicas para outra pessoa ou colaboro com alguém, gosto de mergulhar completamente no mundo deles. Sempre digo que estou lá apenas como um instrumento para ajudá-los a trazer suas ideias, o que estão passando, e tornar isso tão pessoal para eles quanto desejarem. Quando se trata da minha própria música, eu meio que trato como um diário do que estou passando. Então, é terapêutico para mim quando escrevo sozinha.

Você tem um diário?

Sim. Com certeza, faço journaling.

E quanto ao aplicativo de notas? O aplicativo de notas de um compositor deve ser incrível.

Minhas notas são um lugar bem louco. Tem de tudo: desde letras de música até mensagens de texto não enviadas, receitas ou lista de tarefas.

NJOMZA – Foto: Divulgação

Quais aspectos da sua personalidade ou experiências você espera que se destaquem em sua música?

Acho que com este último projeto, quis me divertir um pouco mais e trazer uma atmosfera descontraída para algo como falar sobre um término, que pode ser muito sério. Então, quis adicionar um pouco de brincadeira e talvez fazer com que os ouvintes sintam que nada precisa ser tão sério o tempo todo.

Você foi a primeira artista contratada pelo selo de Mac Miller, REMember Music. Queria saber se você poderia falar um pouco sobre o impacto dele não apenas na indústria da música em geral, mas também em sua própria arte. Ele te deu algum conselho que você guarda até hoje?

Eu era fã dele antes mesmo de nos conhecermos. Fiz um cover de uma música e foi assim que acabamos nos encontrando. Ele assumiu o papel de mentor durante todo o nosso caminho juntos e me ensinou muito sobre composição de músicas, apenas observando-o no estúdio. Ele era um músico incrível, tão talentoso. Acho que as pessoas não percebem o quão talentoso ele era como músico. Então, fui abençoada por poder assistir ele trabalhando e aprender com ele.

O que você acha que é tão atraente no público brasileiro para um artista internacional? Existe algo que você ouviu sobre o amor dos brasileiros pela música pop que a surpreendeu?

Sim, todos nós conhecemos a trend do “come to Brasil”. Só ouvi coisas boas e consigo perceber que o País é muito apaixonado por música e arte em geral. Acho isso incrível e a energia parece ser tão eletrizante, estou louca para ir visitar.

Por favor, venha. Temos muitos festivais chegando por aí!

Talvez eu possa planejar algo em torno disso, para ter a experiência completa. Estou sempre dizendo a todos que estarei aí o mais rápido possível, quando fizer sentido. Estou dentro.