
Pharrell Williams – Foto: Divulgação
E pensar que Gianni Versace e Giorgio Armani foram duramente criticados por cometerem, para alguns, o pecado capital de transformar a relação entre moda e celebridade. A lenda diz que o próprio Armani telefonava para estrelas oferecendo roupas emprestadas. Já Versace, além de sua relação próxima com celebridades, foi pioneiro no uso de pessoas famosas em desfiles e campanhas.
Hoje, no entanto, é difícil imaginar o contrário. Moda e fama caminham juntas de formas diversas — exageradas, bizarras, belas — mas sempre refletindo quem quer ser visto e como deseja ser lembrado. Nem que seja comprando vagas para ter esse passe.
No cenário contemporâneo, grandes conglomerados perceberam que associar suas marcas a grandes nomes pode ter um valor simbólico. Pharrell Williams, A$AP Rocky e Jaden Smith ocupam papéis de liderança criativa em maisons icônicas, mas muitas vezes de maneira mais representativa do que operacional — quase como rainhas da Inglaterra.

A$AP Rocky – Foto: Divulgação
É claro que as marcas não estão confiando suas criações a celebridades. A questão vai muito além! Pharrell, Rocky e Jaden são personagens com histórias relevantes, que construíram trajetórias e conquistaram legitimidade cultural. Eles possuem autenticidade consolidada e conexão direta com públicos jovens, especialmente millennials e a gen-Z. Esses consumidores buscam não apenas produtos, mas experiências, propósito e “storytellingzzzz” — elementos que esses artistas trazem “naturalmente”.

Jaden Smith – Foto: Divulgação
O novo público, que cada vez mais redefine o consumo de luxo, é influenciada por redes sociais e prioriza esse “envolvimento”, que mesmo distante, é mais real do que a nossa paixão por Donatella ou pelo próprio Valentino, por exemplo. Aliás, muitos nem sabem que o gênio italiano ainda está vivo. Vale tudo por dinheiro? Não sei! Mas que aos pilares da moda estão sendo rapidamente redefinidos é uma verdade incontestável.
Moda é conexão com passado, presente e futuro, mas também entre luxo, política e cultura — talvez a pop. Vender “luxo” (será que ainda existe essa palavra?) é dissipar pedaços de identidade, opinião, sonhos, pertencimento…Afinal, graças a Deus, a moda não pode ser só pela moda