O número 13 passou a fazer parte do folclore de diferentes povos, sendo encarado como um período de má sorte e terror – Foto: Getty Images

As origens dessa superstição vêm tanto de fontes mitológicas quanto de determinados eventos históricos. Na mitologia nórdica, como conta a lenda, 13 deuses estavam reunidos para um banquete no Valhala. Loki, o deus da discórdia, chegou como o 13º convidado — ele causou a morte de Balder, o deus da luz — e a tragédia ficou associada ao número 13 como portador de má sorte.

Ainda na tradição cristã, o 13 passou a ter uma conotação negativa pelo Judas, o 13º a compartilhar a última ceia, que acabou traindo Jesus. A crucificação, de acordo com algumas fontes, aconteceu numa sexta-feira — o que fortaleceu a combinação como sendo particularmente pesada.

Com o tempo, o número 13 passou a aparecer como um sinal de falta de sorte nas comunidades europeias. Alguns edifícios passaram a excluir o 13º andar, determinados hotéis removiam o quarto 13, e algumas companhias aéreas deixaram de usar a poltrona 13 — tudo para atender às crenças compartilhadas pelo próprio público.

Ainda na história, um evento que fortaleceu o caráter sinistro dessa combinação aconteceu em sexta-feira, 13 de outubro de 1307, quando o rei Filipe IV da França ordenou a prisão em massa de membros da Ordem dos Templários. Naquele dia, milhares de templários foram encarcerados, torturados e executados, sendo acusados de heresia. A violência da perseguição ficou gravada na memória popular como um marco de tragédia associado ao dia.

Com o passar do tempo, o 13 passou a fazer parte do folclore de diferentes povos, sendo encarado como um período de má sorte, de dificuldades ou de provações. A combinação ficou ainda mais popular depois que o cinema de terror deu ao tema um lugar permanente na cultura de massa. A franquia Sexta-feira 13, iniciada em 1980, transformou o dia em sinônimo de violência, suspense e pavor, personificados pelo assassino Jason Voorhees.

De mitos nórdicos a tragédias medievais, o caminho pelo qual o 13 chegou ao nosso inconsciente revela como ele atravessou o tempo compartilhando o próprio destino de várias gerações. A combinação de um dia da semana — a sexta-feira — considerado de transição, fim de ciclo e vulnerabilidade, junto ao 13 — um número envolvido em superstições — produziu um poderoso modelo simbólico, que ainda hoje faz muita gente cruzar os dedos, dar meia-volta ou pelo menos ficar mais atenta a determinados “sinais”.