
Foto: Ossip van Duivenbode
Lonneke Gordjin e Ralph Nauta são os nomes por trás do duo Studio Drift, que acaba de abrir uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), intitulada Vida em Coisas , em São Paulo, com curadoria de Alfons Hug e Marcello Dantas. As 15 obras foram especialmente planejadas para o espaço do centro cultural e, depois de se instalarem no espaço carioca, agora é a vez da capital paulista. A mostra ainda percorre as capitais Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Brasília, no Distrito Federal.
“O ponto de partida é sempre o espaço e como criar a melhor jornada emocional possível de uma peça para a outra, de forma que tudo funcione junto e a história geral faça sentido, conta Lonneke à Bazaar. Com esta exposição, questionamos a evolução da relação que temos com a natureza e o impacto que a tecnologia tem na forma como vemos e experienciamos o nosso ambiente natural, mas também a nossa própria natureza. Luz e movimento são aspectos importantes e expressam a ligação imaterial e sensível que temos com a natureza. Eles têm projetos recentes para o Balé de Nova York, Art Basel Miami e a Bienal de Veneza.
Entre obras luminosas e armações que se movem no teto do hall, a instalação Shylight (2006- 2014) é um dos destaques. Feita em alumínio, aço inoxidável polido, seda, luzes de LED e robótica, a instalação é uma espécie de flor que se desabrocha no ar e retorna a seu estado original, criando uma coreografia fascinante que reproduz a nictinastia de flores reais. Feita a partir de diversas camadas de seda, os movimentos imprevisíveis e de aparência natural concedem à obra uma coreografia sutil e graciosa, em que um objeto inanimado parece ganhar vida. Leia a íntegra abaixo!
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Já que a tradução do nome do estúdio é DRIFT (deriva, em português), o que faz vocês manterem os pés no chão?
Na verdade, estar em um ambiente natural avassalador. Sentir-me pequena e perceber que faço parte desse sistema natural do planeta. Literalmente, isso pode ser: andar descalço na praia, escalar uma montanha ou deitar em um pasto.
Quais foram as primeiras impressões do Brasil?
Percebo que o povo brasileiro é muito expressivo e espiritual e, naturalmente, encontra a mensagem em nosso trabalho. Por isso estamos tão entusiasmados por poder levar esta exposição para quatro cidades diferentes no Brasil.
Como gostam que as pessoas experienciem a arte de vocês?
Espero que eles sintam e experimentem uma admiração renovada pelo mundo natural e reconheçam que são feitos dos mesmos elementos, respiram nos mesmos ritmos e seguem os mesmos movimentos das montanhas, dos rios e do vento. Espero que (a exposição) os inspire a aceitar que tudo na vida está sempre mudando e que se adaptar às mudanças é o caminho para seguir em frente neste momento complexo do planeta.
Vocês estão trabalhando em algo inédito neste momento? Algum projeto futuro que gostaria de compartilhar?
Estamos trabalhando em uma grande exposição individual, contendo todos os nossos trabalhos e muitos novos em uma jornada experiencial – a coisa que melhor fazemos.