
“UnMute” – Foto: Letícia Zambon
O curta-documentário “UnMute”, dirigido por Paula Sacchetta e Renan Flumian, foi lançado na prestigiada plataforma “Op-Docs”, do The New York Times. A série, reconhecida por apresentar o que há de mais inovador no cinema documental, é uma vitrine para diretores emergentes e consagrados. Com apenas 9 minutos de duração, UnMute traz uma proposta ousada: colocar pais e filhos frente a frente para conversarem sobre um tema ainda considerado tabu em muitas famílias — o sexo. Lançado estrategicamente às vésperas do Natal, período em que familiares costumam se reunir, o curta convida o público a transformar essa data em um momento de diálogo sobre temas profundos e, muitas vezes, evitados.
O projeto surgiu em 2018, quando os diretores, inquietos com a ausência de representações autênticas de pessoas com mais de 60 anos vivendo sua sexualidade de forma plena, começaram a explorar o tema. Em 2020, lançaram o curta “Acende a Luz”, que trouxe impacto imediato ao abordar a redescoberta sexual de uma mulher divorciada aos 60 anos. O sucesso do curta deu origem, em 2023, à série documental homônima pela GNT/Globoplay, expandindo a discussão sobre envelhecimento, sexualidade e tabus para uma audiência ainda maior.

“UnMute” – Foto: Letícia Zambon
UnMute vai além das representações individuais e mergulha em um território ainda mais desafiador: a relação familiar. No curta, três famílias — Rodrigo (48) e Antônio (77), Ana (46) e Luiz (73), e Camilla (33) e Eliane (65) — enfrentam, com coragem e vulnerabilidade, o desafio de dialogar sobre intimidade e desejos, revelando conexões profundas e gerando reflexões emocionantes sobre a relação entre gerações. Para os diretores, o filme não é apenas sobre sexo, mas sobre liberdade e conexão humana. “Nossa intenção é iluminar os espaços onde o silêncio ainda prevalece e abrir caminhos para conversas autênticas e transformadoras”, afirmam Paula e Renan. A data foi pensada para que UnMute seja um catalisador de discussões significativas durante as reuniões familiares. Afinal, que tal substituir as discussões políticas por diálogos sobre temas que realmente aproximam as pessoas?