Daniela Pizetta passeia de bicicleta no Fuso Hotel | Foto: Arquivo pessoal

Daniela Pizetta passeia de bicicleta no Fuso Hotel | Foto: Arquivo pessoal

Por Daniela Pizetta

Abraçado pela natureza e com vista para a imensidão do mar, o Fuso Hotel reflete todos os desejos de Eduarda Tonietto. A arquiteta e globe-trotter, proprietária de um dos hotéis mais incríveis do Brasil, conceituou seu negócio com base em experiências nos melhores hotéis do mundo. Os 13 bangalôs que ocupam 7.000 mil m2 de área verde foram estrategicamente encaixados no alto de uma montanha e cercados por mata nativa e moradores locais. O endereço é extremamente silencioso e a rua íngreme que liga a beira do mar ao hotel, se mantém a mesma de tempos atrás. Casas charmosas são vistas ao longo de todo o trajeto até lá, e uma pequena mercearia no caminho nos faz pensar que estamos em uma cidade interiorana. Quase na entrada do Fuso, um minúsculo ateliê de rendeiras nativas ao lado direito da rua completa o cenário bucólico.

O hotel mal pode ser visto da rua, e somente quando estamos no seu interior percebemos o impacto visual do lugar, que em um primeiro momento nos faz pensar que fomos transportados para algum lugar da Ásia, para logo percebermos, pelo carinhoso receptivo, que estamos mesmo no Brasil, e que o efeito internacional se dá pela alta qualidade nos detalhes, pela arquitetura minimalista e pelo paisagismo impecável de Alex Hanazak que cobriu o hotel de verde com um misto entre certa organização e vida selvagem. Passei 48 horas sob os cuidados da impecável equipe que faz o hotel acontecer todos os dias.

Logo na chegada um pic-nic montado na cama da minha suíte, dava as boas-vindas. Com uma vista de 180 graus para o mar e com uma piscina privada, o sol descia lentamente e a luz suave do inverno deixava tudo leve e sereno. Sem dúvida o hotel é romântico e perfeito para uma viagem a dois, por outro lado, as suítes são afastadas entre si, e se a ideia é ir sozinha como eu, em busca de um momento de pura indulgência, o melhor é aproveitar o conforto da sua suíte e agendar atividades com exclusividade como o SPA, a academia e as experiências gastronômicas que intercalam especiarias locais e churrascos que misturam “terra e mar” preparados pelo experiente Chef Anderson Quevedo, com surpresas vindas da horta do hotel que é recheada de PANCS (Plantas Alimentícias Não Convencionais).

Sem compromisso com nada e ninguém, meu programa favorito era observar os elegantes veleiros que deslizavam no horizonte, vistos da minha cama ao entardecer. Ver o dia virar noite e ser guiada apenas pela minha imaginação foi um exercício possível no Fuso Hotel. Mas a vantagem de estar em meio a natureza e acessar um centrinho comercial há poucos metros dali, fez a viagem ficar ainda mais equilibrada. Escolhi ir fora da temporada e o tempo estava agradável. No primeiro dia resolvi descer a montanha para andar de bicicleta na praia e contemplar o mar, desta vez, com a distração dos praticantes de kitesurf que enchiam a areia e o céu de cores vibrantes. Da praia fui até o centro de Jurerê Internacional e tomei um café no Open Mall, um misto de lojas, restaurantes e apartamentos charmosos. Voltei ao hotel para um jantar delicado servido em quatro etapas, um vinho branco e uma boa leitura entre os pratos.

Comecei o segundo dia com uma aula de Yoga no terraço com vista deslumbrante. Depois, um café da manhã na varanda do meu quarto acompanhado de mel fresco cultivado pelo Fuso no seu próprio quintal. Segui para uma visita até a restaurada Fortaleza da Ponta Grossa (Sec. 18), que se coloca exuberante sob o mar e fica a poucos metros do hotel. Hora de partir. Em resumo, falei pouco e pensei muito. Estar lá me fez um bem danado e o melhor da viagem foi visitar o Fuso fora de temporada, o que me permitiu descansar e ver a cidade sendo ela, no seu tempo, com sua vida cotidiana e conhecendo seus melhores segredos!