A Coreia do Sul, marcada por uma história recente de superação econômica, transformou-se em poucas décadas em um centro global de inovação e estilo. O rápido avanço tecnológico, aliado a uma cultura que valoriza o design e o cuidado estético, molda a capital Seul como um laboratório criativo a céu aberto, com cafés que parecem cenários, lojas que funcionam como galerias e espaços que unem arte, comércio e convivência.

Com olhar atento ao comportamento do consumidor e à inovação no varejo, Ana estruturou sua viagem em quatro pilares que revelam a essência da cidade: moda, arte & design, cafés e beleza.

Na moda, Seul se apresenta como um polo pulsante. A Musinsa, referência no streetwear coreano, reúne marcas independentes e experiências digitais com provadores virtuais e espelhos inteligentes que conectam a loja física ao e-commerce em tempo real. A Gentle Monster transforma óculos e acessórios em instalações artísticas que mudam a cada coleção, e sua colaboração com a Maison Margiela é um espetáculo à parte. A Nyu Nyu aposta em uma curadoria jovem e ousada, enquanto a estilista Hyein Seo, formada na Royal Academy of Fine Arts Antwerp, leva o streetwear de luxo coreano para as passarelas de Paris. Já a alfaiataria experimental da Songzio, com loja que também funciona como galeria, confirma como moda e arte se alimentam mutuamente.

Essa conexão entre moda e arte se espalha pela cidade, ultrapassando as fronteiras de vitrines e galerias. É comum que o visitante, ao entrar em uma loja, se depare com instalações imersivas, performances ou exposições temporárias que convidam à contemplação. O design e a escolha de materiais seguem uma lógica estética que transforma o ato de compra em experiência cultural.

Ao falar em cultura, o Leeum Museum of Art impressiona tanto pelo acervo quanto pela arquitetura assinada por Jean Nouvel, Mario Botta e Rem Koolhaas. A Galerie Noir, flagship da Songzio, funciona como vitrine para novos artistas, enquanto o Ilmin Museum of Art promove projetos experimentais que unem moda, performance e design. O icônico Dongdaemun Design Plaza (DDP), obra de Zaha Hadid, pulsa como centro cultural multifuncional e abriga a Seoul Fashion Week. Já a Starfield Library, com seu pé-direito monumental, proporciona uma experiência arquitetônica e cultural no coração da cidade.

Entre um museu e outro, a cidade oferece espaços de pausa que não deixam de ser experiências estéticas por si só. Ruas arborizadas, praças escondidas e galerias discretas se misturam às cafeterias, que parecem ter sido pensadas como extensões do circuito cultural. Nelas, o visitante pode desacelerar, saborear um café ou uma sobremesa e, ao mesmo tempo, permanecer imerso no espírito criativo que atravessa Seul.

Como destaques dessa cena, o Onion Café, com sua arquitetura industrial e pães artesanais, e o Cheong Su Dang, instalado em um hanok tradicional no charmoso bairro de Ikseon-dong, encantam pela atmosfera única. Já o Zapangi, acessado por uma vending machine rosa, tornou-se um dos cafés mais fotografados da cidade.

Assim como nas cafeterias, em que cada detalhe é pensado para encantar, o universo coreano também transforma o consumo em experiência, reafirmando sua posição como referência mundial em skincare e beleza. Lojas e studios vão além da simples venda de produtos, criando atmosferas que combinam aromas, texturas e elementos visuais. É o caso da Laneige, que oferece personalização de bases cushion e imersão nas marcas do grupo Amore Pacific, e da Tamburins, que transforma perfumes e cosméticos em experiências sensoriais com apelo artístico.

Na Eco Jardin, o foco são os tratamentos capilares com técnicas coreanas de reequilíbrio do couro cabeludo. Já a Olive Young, presente em quase todas as esquinas, dita tendências de skincare e haircare com produtos inovadores, como cosméticos de arroz e canetas de PDRN.

A capital se revela, assim, como um convite à experimentação e à inovação, proporcionando experiências que transformam a percepção de quem a visita. Caminhar por ruelas históricas após um café, descobrir uma instalação artística dentro de uma loja ou observar a integração perfeita entre tecnologia e cotidiano demonstra que a Coreia do Sul não vive apenas o presente — ela antecipa o futuro com estilo.

“Seul é uma cidade que vive para se reinventar. Cada rua, cada café, cada loja me mostrou como tecnologia, arte e moda podem se unir para criar experiências únicas e inspiradoras. Voltei da Coreia do Sul com novas referências e muito entusiasmo para aplicar essas ideias no meu dia a dia e no mercado brasileiro.”