Por Stefano Carta
Viajar para a França em meio às Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris parecia maluquice. Mas é bom se acostumar com esse intercâmbio desde já, tendo em vista que 2025 será a temporada do Brasil na França. Depois de casar amigos em Portugal, estar do outro lado do oceano tinha um novo propósito: antecipar nossas bodas de papel, uma vez que, em setembro passado, minha esposa, Sabrina Carta, me disse “sim”. Como pessoa com deficiência, ir à capital francesa era uma missão com planejamento detalhado para garantir a independência com a qual estou acostumado. Mas, ao invés de a Cidade-Luz ser o ponto de partida, ela era o destino final, antes de retornar para minha cidade natal, São Paulo.
A primeira parada em Blois, distante 160 quilômetros de Paris, tinha um quê de conto de fadas, com landscapes imersos na natureza e castelos históricos para onde quer que olhássemos. A maior concentração de châteaux do mundo é conhecida como Vale dos Reis e foi onde a corte real se estabeleceu, entre os séculos 15 e 16, antes de Versalhes. No hotel Fleur de Loire, às margens do rio, a experiência é um refúgio gourmet. Desde a chegada, o ambiente o abraça no conforto contemporâneo, com direito ao spa Sisley, e carregado de tradição. A cozinha autoral do renomado chef Christophe Hay, que cresceu naquela região, materializa em pratos sua preocupação com ingredientes da linha sustentável. A comida simples e afetiva vem das combinações de itens dos agricultores, pescadores e artesãos locais. Não à toa, Christophe exibe duas estrelas Michelin no restaurante homônimo.
Mais 350 quilômetros e fizemos uma pausa no Royal Champagne Hotel & Spa, no coração das vinícolas de Champagne – sim, de onde vêm os verdadeiros espumantes perolados – com uma vista deslumbrante das vinhas. A arquitetura se aproveita da paisagem em um dos pontos mais altos da região. Com o bem-estar no topo das prioridades, há piscinas e tratamentos com o selo Clarins no spa.
O chef Paolo Boscaro brinca com os sabores locais com pitada italiana no restaurante que ostenta uma estrela Michelin. Fomos à vinícola Pierre Paillard, com fama de ter os melhores champanhes e o jeito mais tradicional de se produzir esse ícone francês. Estão na ativa desde o século 18, e esta é a oitava geração da família a conduzir o negócio. Eles cultivam as uvas Pinot Noir e Chardonnay em seus vinhedos de terroir excepcional.
Finalmente, depois de 150 quilômetros, chegamos a Paris. Nossa morada por lá foi no Grand Powers, um hotel exclusivíssimo, no Triângulo de Ouro, cercado pela Champs-Élysées e as avenidas Montaigne e George V. Para fazer jus à imponência da fachada do edifício haussmanniano, os interiores trazem uma combinação elegante de art déco com pegada contemporânea. Seja no Thala Spa ou na gastronomia saudável do Café 52, o serviço personalizado garante que os hóspedes se sintam amparados. Sem contar os acessos: o hotel disponibiliza ingressos VIP (45 euros) para a galeria Dior, a poucos passos dali, com entrada sem fila. A França nos revelou diferentes camadas de sua história, cultura e, principalmente, alma. Dos castelos majestosos aos vinhedos ou nas ruas sofisticadas de Paris, cada lugar trouxe um toque pessoal à nossa jornada. As memórias serão guardadas com o mesmo carinho com que o país nos recebeu.
Sob medida
O roteiro foi traçado pela Dom Creative Collection, agência de consultoria, branding e marketing, liderada por Dominic Ladet e Lucas Lopes.
Blois
Do século 16, o Castelo de Chambord é um ícone renascentista, com influência de Leonardo da Vinci, que teria feito o design da famosa escadaria em espiral.
Champagne
Perca-se na imensidão dos vinhedos até Hautvillers e visite a abadia onde Dom Pérignon criou o método que atravessou gerações. O Royal Champagne Hotel & Spa oferece passeio de balão sobre a Côte des Blancs.
Paris
O restaurante Diep serve culinária asiática, com um mix de China e Tailândia. Para os melhores steak frites, vá ao Beefbar. Em busca de atmosfera festiva? O Maxim’s é o lugar para provar o Streisand, imperdível drink-assinatura do bar.