
Na Praia do Patacho, o hotel adults only aposta em curadoria de design brasileiro, gastronomia e cabanas privativas com piscina aquecida. Foto: Divulgação
O que faz um hotel ficar na memória? Nem sempre é o tamanho da cama ou a lista de comodidades. À beira da Praia do Patacho, em Alagoas, o Origem Patacho Design Hotel tenta responder por outro caminho: tratando design como linguagem de hospitalidade, daqueles detalhes que você toca, usa e repara sem perceber.
O projeto tem direção criativa e interiores assinados por Juliana Pippi, com arquitetura concebida ao lado do arquiteto Rodrigo Fagá, num desenho que busca conversar com o território. A ideia aparece na escala, nas texturas e no jeito como o feito à mão entra no cotidiano, sem virar decoração de vitrine.

Juliana Pippi assina a direção criativa e os interiores. Rodrigo Fagá entra como parceiro na arquitetura, trazendo um desenho pensado para funcionar com o entorno. Foto: divulgação
A curadoria mistura mobiliário, arte e peças desenvolvidas para o hotel, com nomes como Domingos Tótora, Irineu Albiero, Vitor Collor e o coletivo BA Arte, além de coleções e elementos como “Pra Perto do Sol”, “Pillow”, “O Mar que nos Une”, o ladrilho “Seresta” e a “Coleção Raízes”. Até o enxoval entra na narrativa, com estampas exclusivas em algodão orgânico produzidas pela EcoSimple.
O acervo também puxa para perto artesãos alagoanos e a força da Ilha do Ferro, com presenças como Mestra Irineia e Sr. Nonô, além de cerâmicas de Fátima Campos e cestarias feitas por uma cooperativa de mulheres do Ceará. O resultado é um hotel em que você não “olha” a peça, você convive com ela.
São dez cabanas privativas, todas com piscina aquecida, hidromassagem e varanda. Duas categorias organizam a experiência: a Cabana Mar tem 90 m², piscina de frente para o oceano, vista panorâmica e banheira vitoriana. A Cabana Vila, com 70 m², fica cercada pela vegetação local, pensada para quem quer silêncio e descanso.
O ritmo é parte do serviço. O café da manhã acontece no horário que o hóspede escolhe. Caminhadas, jangada e piscinas naturais entram como programa sem pressão. Na cozinha, o comando é do chef Wellington Olímpio e de Mylenna Luz, com restaurante no rooftop, bar e deck à beira-mar, num menu que valoriza ingredientes frescos e cultura local.
A sustentabilidade aparece como método, com arquitetura integrada à paisagem e uso de materiais e mão de obra da região. E a jornada do projeto ganhou registro próprio: um documentário idealizado por Pippi e um livro exclusivo para hóspedes, concebido por ela em parceria com Irineu Albiero, fruto de três anos de pesquisa pelo estado.
No fim, o Origem Patacho não tenta convencer pela promessa. Ele aposta no básico bem feito, no tempo desacelerado e na sensação de que design não é tema, é ferramenta para viver melhor ali.















