Sete bares para conhecer no centro de São Paulo

A jornalista Eugênia Maia faz um roteiro dos hot spots do centro de São Paulo para bons papos, drinks e comidinhas. Da Barra Funda à Santa Cecília, veja o tour completo abaixo:

Mamãe Bar

A nova cena de arte e cultura, inegavelmente, passa pela Barra Funda. Até pouco tempo atrás pouco frequentada pelo povo da moda e da beleza, são eles que agora fazem questão de redescobrir a região. O bar de Marcelo Fagge, mescla de ponto de encontro e galeria de arte, ficou conhecido pelo boca a boca. A rua vive lotada, aquele clima de fofoca do interior que a gente adora. Toca hits dos anos 2000 para os saudosos de plantão de alma vintage. Super cool, vale frisar.

Famoso pelos drinks e comidinhas, uma peça statement do estabelecimento é o instagramável néon em formato de mão apontando para a frente que, com certeza, você já viu em alguma peça de roupa em um passado talvez não tão recente. Mescla da noite paulistana das antigas com a nova turma hype, era o ponto de encontro que estava faltando na Pauliceia.

Mamãe Bar
R. Lopes Chaves, 391 – Barra Funda, São Paulo (SP)

Thai e San

Sou a louca da comida tailandesa e estou sempre desejando os sabores irresistíveis do país asiático. Confesso que acho difícil encontrar bons tailandeses em São Paulo, mas isso foi antes de descobrir o Thai e San. Um salão simples com porta de vidro, televisão ligada com novelas tailandesas, uma entrada escondida em rua arisca da Liberdade. De lá, somos transportados às ruas da Tailândia, com pratos que misturam salgado, doce, picante e ultrapicante.

Vou sempre no pad thai, macarrão de arroz com tofu, camarão e amendoim torrado. O prato é difícil de encontrar no Brasil, feito da maneira autêntica tailandesa, e o do Thai e San não decepciona. Também gosto do aromático curry verde, incrementado com pimenta dedo-de-moça. Peço sempre porções extras de sticky rice, aquele arroz grudento, que ajuda a abrandar a pimenta arretada. Vício! O restaurante também funciona muito bem em versão delivery, chegando rápido e em porções generosas.

Thai e San
Rua Barão de Iguape, 373 – Liberdade

Bar dos Amigos

Também conhecido como Bar da Vania, a carismática proprietária comanda o Bar e Tabacaria Grandes Amigos, na Vila Anglo, há 34 anos. O espaço, montado na garagem de uma casa comprada pela avó em frente a uma encruzilhada de ruas, vem reunindo uma turma boa para rodas de samba de quarta a domingo. É comum ver Vania pôr na linha algum freguês que atrapalha a banda ou pedir silêncio. Em fevereiro, comemorei meu aniversário com roda de samba e churrasquinho, em melhor clima pré-Carnaval. Rodeada de amigos, como o nome sugere. Um fervo!

Bar dos Amigos
Rua Gurupá, 3 – Vila Anglo

Koya88

“Não somos um izakaya”, diz a frase na camiseta dos garçons. O Koya nasceu como um projeto de assinatura de coquetéis e acabou tornando-se popular pela comida, com pratos tradicionais japoneses (e outros nem tanto), e releituras asiáticas de clássicos. Uma parceria da dupla Thiago Maeda e Thiago Pereira, a casa abriu as portas em novembro de 2020 em plena pandemia.

Nos últimos dois anos, me tornei habituée convicta do Koya, que também é o restaurante preferido do meu flho Martin, de 9 anos, que pede para jantar lá toda semana. Ele, que já conhece o cardápio de cor, toda vez que vai, devora o taco de atum com maionese japonesa e o katsu sando de bochecha de porco, e pede para sentar no balcão para bater papo com o barman Thiago. Eu, por minha vez, tenho desejos de sextar com a couve-flor empanada com molho adocicado, inimiga das minhas dietas. A trilha sonora de hip-hop anos 2000 já faz parte da identidade do bar e dá a ele ares do Brooklyn.

Koya88
Rua Jesuino Pascoal, 21 – Vila Buarque

O Mirandês

Esse barzinho de alma portuguesa, um boteco propriamente dito, já que a maioria das mesas ficam esparramadas na calçada, é onde eu vou quando quero matar saudades da comida da Terrinha. Do português Vitor Manuel Pires, a tasca serve comida portuguesa da região de Miranda do Douro, terra de seu dono, sem a grandiosidade dos restaurantes portugueses mais tradicionais da cidade. Nos dias quentes, gosto de sentar do lado de fora e ver a fauna de Santa Cecília passar em uma das ruas mais movimentadas do bairro.

O cardápio é baseado em frutos do mar, como a cozinha típica mirandesa. Começo com o premiado bolinho de bacalhau (um é suficiente, são enormes!), sucesso da casa. A alheira, outro carro-chefe, segue a receita original criada pelos judeus que viviam na região de Miranda de Douro e é de comer de joelhos. Para os fãs de bacalhau como eu, experimente a versão à lagareiro, que vem nadando no azeite, como o próprio cardápio avisa, com batatas ao murro, brócolis e azeitona.

O Mirandês
Rua Canuto do Val, 216 – Santa Cecília

Bar Prainha

Quem não conhece o Prainha? No limite de Higienópolis com a Vila Buarque, esse boteco com mesas de plástico na calçada conquistou o coração dos paulistanos. A “praia” dos moradores do bairro que procuram um lugar para encontrar e tomar uma cervejinha al fresco, o Prainha oferece petiscos com sotaque português e frutos do mar.

No cardápio polvo ao vinagrete, pastéis, tremoços e sardinhas assadas, entre outros. Eu adoro o bolinho de bacalhau, feito sempre na hora. Ponto de encontro ícone do bairro, onde tudo pode acontecer, uma passada no Prainha pode começar à tarde e se estender até as cadeiras serem empilhadas pelos garçons.

Bar Prainha
Rua Martinico Prado, 344

Fiel Discos

Loja de discos de vinil localizada em uma das ruas que eu mais gosto da Vila Buarque, a Fiel também é um bar com drinks clássicos e autorais. Um lugar gostoso para bebericar e conversar, a luz é baixa e o ambiente é intimista. Para quem curte vinil, uma ótima seleção de discos de clássicos do pop e do rock.

Fiel Discos
Rua Barão de Tatuí, 223B – Vila Buarque