
Giácomo Tomazzi – Foto: Leo Faria
O designer catarinense esboça uma relação emocional e afetiva com os objetos ao seu redor. Para ele, a autenticidade está na intersecção dos assuntos e, por isso, quer expandir suas fronteiras da arquitetura, arte e design para a moda.
HB: Como arte e design o inspiram? GT: A liberdade de criar, experimentar e ir além da função das peças abre caminhos para novos produtos, materiais, processos e linguagens. Também me interesso por moda e venho buscando entender como ela pode influenciar meu trabalho. Arte, design, moda e arquitetura acabam se entrelaçando, e acho incríveis essas intersecções.
HB: Seus móveis são inspirados na arquitetura modernista, na natureza e na cultura brasileiras. como essa tríade aparece em suas criações? GT: Vem dos questionamentos do que é ser brasileiro e quais são nossas expressões – do que é único, original e autêntico. A busca de uma identidade, valorização das origens, dos materiais e o modo de fazer coisas.
HB: Como o tema ‘feito à mão’ desta Bazaar reflete na sua produção? GT: Na SP-Arte, apresentei produtos feitos de forma artesanal, envolvendo fundição e trançado manual. Vivemos em um país continental, com povos diversos e comunidades que detêm conhecimentos e técnicas ancestrais – que têm ganhado seu valor.
HB: Quais são seus próximos projetos? GT: Em outubro, assino a direção criativa para uma marca de mobiliário e, em 2025, haverá acessórios para banheiro, casa e revestimentos. Desejo fazer parcerias com marcas de moda para bolsas e acessórios, mas tudo a seu tempo.
Segurando vela
Escultórico, sólido e brutalista, o castiçal quebra-bar serve como suporte para velas, mas também carrega a ideia de proteção e desaceleração. É inspirado nos blocos de concreto utilizados para a construção de obras marítimas de engenharia hidráulica.
Sua majestade

@giacomotomazzi
A poltrona BO lembra uma rede de descanso, tão marcante na cultura brasileira. Feita com couro vegano do abacaxi, o designer usa a tradicional técnica indígena para trançar a palha de carnaúba (utilizada na confecção de redes). Tomazzi segue o pensamento eternizado por Lina Bo Bardi ao mesclar o vernacular e o contemporâneo.
Fenômeno vulcânico

jumandieseys.com
A primeira etapa de criação das esculturas Magma, que fazem as vezes de luminária, do estúdio Nouvel Limited, começa com moldes de vários tamanhos e escalas, esculpidos em pedra vulcânica. Elas servem de base para que sua estrutura não seja afetada pelo calor do vidro quando soprado. O processo artesanal faz com que cada forma, espessura e tonalidade tenham características únicas para cada uma das “bolhas” Magma.
Perfeita assimetria

jumandieseys.com
Ao explorar materiais e seus potenciais ocultos, Jumandie Seys brinca com formas geométricas em móveis que desafiam a matéria-prima em seu estado natural. Com shapes assimétricos e irregulares, suas criações causam tensão visual.
Futuro presente

@assimply
A coleção Nu, da carioca Assimply, reúne peças feitas de resíduos, como cerâmica, alumínio e vidro, que, pelas mãos de Søren Hallberg e Victor Xavier, são ressignificados e ganham outras formas. Entre mesas de apoio e de centro, bancos e um candelabro com vela, o nome vem da palavra dinamarquesa que representa “agora”.