
Camilla Guebur no sofá modelo Chanel – Foto: Vitor Jardim, com direção criativa de Kleber Matheus, direção de arte por Ingryd Golmes, retoque por Gabriella Prata, coordenação Mariana Simon (KM Studio), produção executiva Zuca Hub e produtora responsável Claudia Nunes
Por Ana Ribeiro
Antes mesmo de alguém aparecer para atender a campainha, os latidos vindos de dentro denunciam a presença da habitante oficial da casa: a cadelinha Mia, uma Lulu da Pomerânia de pelos brancos impecáveis. É ela quem vive o tempo todo ali, já que a outra moradora da casa, a apresentadora Camilla Guebur, passa praticamente metade do ano viajando.
Faz 10 anos que Camilla e o marido, o empresário Eduardo Maluf, se mudaram para a casa, depois de uma grande reforma pilotada pelo arquiteto Felipe Diniz, com décor de Beto Galvez e Norea De Vitto. Os espaços externos aumentaram, os jardins pintaram o ambiente de verde e a casa ficou como eles queriam, bem agregadora. “Quando tem festa, todo mundo fica junto. Não queria uma casa enorme, onde cada um está em um canto. Minha ideia é que seja tudo integrado, para reunir as pessoas”, explica Camilla.
A solução foi transformar o andar térreo em um grande ambiente único, em que a cozinha gourmet dá para a sala de jantar, que dá para a sala de estar, que se abre para o jardim e a piscina. Muitas vezes, é a própria Camilla quem cozinha para os amigos. “Aprendi fazendo, quando fui morar sozinha. Minha mãe cozinhava muito bem, mas, na época, não me interessei e não aprendi com ela. Quando precisei, me joguei e descobri que gosto e tenho mão para a cozinha. Mesmo se tenho poucos ingredientes, misturo uma coisa com a outra e fica bom.”
Ela nasceu em Curitiba e veio para São Paulo movida pela carreira de modelo. Aqui, a vida lhe apresentou outras oportunidades e Camilla se encontrou na combinação de TV e turismo. No comando do programa “Viagem + Vinho”, exibido pelo canal Modo Viagem, ela tem acumulado muitas milhas. “Rodo o Brasil e o mundo atrás das vinícolas que encantam a gente e que têm coisas interessantes no seu entorno. Mesmo quem ama vinho não quer apenas visitar as vinícolas e voltar para o hotel. Tem de ter mais atrações. Fazemos 13 episódios por temporada”, explica.
Mesmo quando não está trabalhando, ela se acostumou a prestar atenção em tudo. “Já nem penso mais em viajar sem mostrar o que vejo. Quando viajo a passeio, também conto tudo no meu canal no YouTube.” Foi essa disposição que levou o The World’s 50 Best Hotels a escolher Camilla como a nova Chair para o Brasil e a América do Sul, e virou sua tarefa escolher os votantes dessa região da América Latina. “Essa é a grande novidade da minha vida no momento. Fiquei muito honrada com o convite, foi o reconhecimento de uma instituição séria da minha experiência e dos relacionamentos que desenvolvi com meu trabalho.”
Camilla vai mostrando a casa e contando como ocupa os espaços. Apesar de a cozinha gourmet estar lá equipadíssima para ser usada, muitas vezes, é na cozinha tradicional que ela prefere preparar as comidinhas que serve para os amigos. E, outras vezes, ela e Eduardo decidem tomar café-da-manhã na mesa da cozinha, em vez de utilizar a grande da sala de jantar. “A gente usa muito a casa. Não tem um ambiente em que a gente não fique”, conta.
Todos têm toques de modernidade, peças de metal, muito preto e branco, e também objetos vintage. As cores são poucas: um sofá mostarda, outro cor-de-rosa clarinho. O lavabo é um caso à parte: as paredes escuras nos transportam para outro lugar, um não lugar. Mas, na parede, a peça interessante de Daniela Cutait dá uma dica de localização: gravada na placa de cobre, as coordenadas de Paris mandam o recado: “Tu Es Ici”.
É no andar intermediário que as cores explodem, mais especificamente, no closet de Camilla. Apesar de também gostar de se vestir de preto e branco, ela tem muita estampa em seu guarda-roupa. E confessa que, mesmo viajando tanto, não tem muitas dicas de como arrumar a mala. Continua levando bem mais do que o necessário. “Eu sou bem organizada, mas a mala acaba ficando grande. E sou vaidosa, gosto de me arrumar. Levo tudo coordenado, mas, às vezes, a previsão do tempo erra e tenho de sair correndo atrás de peças que salvem o meu figurino.” A próxima parada é Madagascar: lá vai Camilla mais uma vez rodar o mundo. E, na volta, qual é a melhor parte de chegar em casa? Uma dica: ela vai estar latindo do lado de dentro da porta.