Isis Valverde usa full look Bottega Venetta – Foto: Christy Barley

A edição deste ano do Festival de Veneza tem um gostinho especial para o Brasil – e para Isis Valverde. A atriz desembarcou na cidade italiana para acompanhar um dos eventos mais prestigiados do calendário internacional e iniciou sua jornada com muito glamour: uma festa organizada pelo Golden Globes em celebração ao entretenimento.

“O festival, além de ser um dos mais respeitados do mundo, nos permite conhecer diretores, produtores, outros atores e profissionais do mercado internacional, muitas conexões, além da experiência de assistir aos lançamentos mundiais”, conta a atriz.

Entre um compromisso e outro, a atriz bateu um papo rápido com BAZAAR. Leia abaixo:

Harper’s BAZAAR – Como está se sentindo pela primeira vez em um dos festivais de cinema mais importantes do mundo?

Isis Valverde – Uma honra fazer minha estreia no Festival de Veneza em um ano tão importante na minha carreira, com papeis desafiadores [neste ano de 2025, Isis interpretou papéis complexos, como Maria Bonita na série “Maria e o Cangaço”, Bridgette em “Código Alarum” e ainda “Corrida dos Bichos”, de Fernando Meirelles, que será lançado em 2026]. O Festival, além de ser um dos mais respeitados do mundo, nos permite conhecer diretores, produtores, outros atores e profissionais do mercado internacional, muitas conexões, além da experiência de assistir aos lançamentos mundiais. E ainda vou prestigiar um dos diretores mais incríveis do cinema mundial. Sou apaixonada pela trajetória do Guillermo del Toro, ele é fantástico, excelente em unir gêneros cinematográficos, como terror, fantasia, ficção científica, contos, além de ter uma sensibilidade poética e também um rigor técnico. O “Labirinto do Fauno” (2006) é o meu filme favorito dele, está no meu top 10, seguido de “A Forma da Água” (2017).

HB – Como enxerga a evolução da presença brasileira em eventos como esse – tanto no red carpet, quanto concorrendo com produções?

IV – A presença brasileira em festivais como o de Veneza tem evoluído de forma muito significativa. Hoje, não se trata apenas de circular no red carpet – embora isso já seja um símbolo importante de visibilidade e prestígio –, mas também de mostrar que nossas produções competem num mesmo nível com títulos internacionais. E não tem como não mencionar a magnitude da Fernanda Torres no júri oficial de Veneza, isso reforça ainda mais a relevância do cinema brasileiro no cenário global.

HB – O que o cenário internacional ainda precisa entender sobre o cinema nacional?

IV – O cinema brasileiro tem conquistado cada vez mais espaço no cenário internacional, mas ainda há muito o que compreender sobre a profundidade e a diversidade de nossas narrativas. Nossas histórias vão além: carregam memória, muita cultura e uma criatividade que dialoga com temas universais. Nossos atores, diretores, produtores (e não esquecer de Fernanda Torres, Walter Salles, Wagner Moura, Kleber Mendonça e tantos outros) são fundamentais nesse processo, abrindo portas e mostrando que o Brasil produz cinema, arte de relevância. Este ano tem sido primoroso para o nosso cinema, capaz de inspirar, emocionar e competir com as maiores cinematografias do mundo.