Letticia Munniz | Foto: Harper's Bazaar Brasil

Letticia Munniz usa saia e top Guilherme Valente – Foto: Marcelo Krasilcic, com direção criativa de Kleber Matheus, styling por Carlos Esser, maquiagem por Lau Neves, cabelo por Camilla Alves Ferreira, Vanessa Alves dos Santos e Ana Clara Alves dos Santos, produção executiva Zuca Hub, produção de moda por Milena Ricciardi, coordenação por Mariana Simon, retoque Thiago Auge, assistente de foto Gael Oliveira, assistente de vídeo Bruno Bralfperr, manicure: Soninha Lima Nails, camareira Clarisse Aparecida Vieira Lopes, assistente de beleza Julia Boeno e locação estúdio Bob Wolfenson

Por André Aloi e Baárbara Martinez

Apresentadora, modelo e ativista body positive, Letticia Munniz é tudo e mais um pouco. Com múltiplas facetas, ela é uma das modelos mais requisitadas da nova geração da moda nacional, e também, é uma das vozes ativas quando o assunto é feminismo e amor-próprio, seja dentro ou fora da internet. Em entrevista para a Bazaar, ela reflete sobre sua jornada repleta de autoconhecimento e muita potência.

Caminhada longa

Quem vê Letticia nas revistas, nem imagina o tamanho do caminho que a modelo de 34 anos passou. Ao resumir sua trajetória, ela escolhe uma única palavra: “Identidade, para mim, é propósito. Escolhi essa palavra porque só me encontrei, e descobri quem eu era, quando descobri o meu propósito. Sempre quis ser artista, e passei uma vida inteira odiando meu corpo, tentando me encaixar no padrão do que era uma atriz e apresentadora e todo mundo me dizia que, com o corpo que tinha, eu não ia conseguir”, comenta. Até que veio o seu despertar: “Até o dia que cansei de tudo isso e decidi que ia ser quem eu era e que ia provar para todo mundo que o corpo que tinha era capaz, não só disso, mas de tantas outras coisas. Foi aí que descobri o meu propósito, que era não só me amar, mas ajudar outras mulheres a se amarem, também.”

Ao ser questionada quando resolveu virar o jogo, a modelo afirma que o clique veio após muitos pensamentos constantes. “Não aguentava mais todos os dias da minha vida acordar nessa repetição eterna, sabe? Nesse ciclo de: detesto meu corpo, o que posso fazer para não ter ele, que era me maltratar. Veio nesse momento: não aguento mais, chega. O que ajudou muito foi que ele chegou no momento em que vi referências, encontrei modelos e mulheres que estavam tentando ser livres com seus corpos. E aquilo me bateu de um jeito tão único ao ver a existência dessas mulheres felizes com sucesso e sendo amadas, me mostrou que também podia. E aquilo me libertou de um jeito tão forte que pensei que se eu pudesse fazer isso para uma pessoa, já ia ser a mulher mais feliz do mundo. E aí esse é o meu propósito: hoje, vivo a minha vida, acordo todos os dias pensando em como meu trabalho pode mudar o mundo e pode mudar o mundo das pessoas.”

Inspirações

Por mais que a força interna tenha vindo muito forte, Letticia Muniz garante que mulheres que vieram antes dela lhe deram ainda mais força. “As minhas referências são todas as mulheres que ousaram ser quem elas são. Independentemente do que as pessoas tenham achado, do que as pessoas iam falar, se era certo ou se não era. Porque a Letticia só existe porque eu decidi que não ia mais existir para agradar ninguém”, destaca ela, que escolhe mais algumas palavras que resumem: “liberdade, força e referência”.

Maturidade

Nesta altura da vida, a modelo reflete que chega aos 34 anos certa de quem é. “Muito forte, determinada e potente. Porque ela é ela. E eu descobri que sou boa em tantas coisas que achava que não era, e que era super insegura sobre ser boa naquilo. E aí quando comecei a fazer ‘aquilo’ sendo esta Letticia aqui, me descobri boa em muitas coisas que na verdade não é que não era boa. É que tinha vergonha de fazer aquilo, sendo quem sou, com corpo que eu tenho. Então essa Letticia de agora ela é boa em tudo o que se propõe a fazer porque ela é muito segura de si”, finaliza.