Com a carreira musical consolidada, a cantora Ludmilla, embaixadora da Nike no Brasil, veio a público no ano passado anunciar seu namoro e, em seguida, o casamento-surpresa com Brunna Gonçalves, “amiga e confidente”, com quem trabalha (a dançarina integra seu balé). Na ocasião, ganhou respeito e admiração. “Tenho consciência de que sou uma exceção. É muito difícil expor a sexualidade, eu mesma tinha um medo absurdo de o público saber e se decepcionar, acredita?”, desabafa.
Com uma família acolhedora, o apoio foi essencial para mostrar que ser LGBTQIA+ vai além dos rótulos. “Se normal é julgar os outros, eu adoro ser anormal. Sou bi, tenho orgulho da minha trajetória.”
Com mais de 22 milhões de seguidores só no Instagram, Lud acredita na potência das redes sociais como forma de aproximação com os fãs, com e sem filtros. E se existe alguma cobrança de hipersexualização só porque produz funk, ela deixa isso para “os preconceituosos de plantão”.

Sua verdade está nas roupas, coreografias e na própria atitude. Disposta a pôr abaixo o machismo, quer que sua voz ressoe nessa batalha, já que sua geração está disposta a mudar o curso da história. “A mulher é livre para usar seu corpo como quiser. Se alguém vê algum mal nisso, o problema é de quem olha”, rebate.
Deu para sentir a verve ariana da fluminense, que hoje vive na Ilha do Governador. Ela mesma admite que, quando tem uma ideia, sai de baixo! Até colocar em prática, não sossega. “Deixo o povo doido, mas tem que ser assim, senão, não sai.” Com a aproximação de artistas internacionais apontando para uma carreira no exterior – e um feat. com Cardi B a caminho, Lud manda avisar: “Se prepara”. Desafio? É com ela mesma!