
Mariana Ximenes, 38 anos, é capa da edição de março da Bazaar Brasil. Camaleoa que é, atriz surge em várias personas, e bate um papo reto sobre maternidade, engajamento político e ecológico, entre outras pautas da vez. Ela aprendeu a viver o presente, traçar metas e ter propósito para seguir em frente. É regida por afetos.
Ser mãe está entre as prioridades, mas não por ora. Madrinha de cinco, está fazendo intensivão. Agora que começou a rodar a novela, lá se vão pelo menos sete meses. Resolveu congelar os óvulos “há um tempinho”, porque sentiu que era hora. “Por mais que tenha congelado, gostaria de tentar naturalmente”, reforça.
Preocupada com a saúde, não gosta de tomar remédio. Alimentação serve como cura. Exercícios, ioga (desde os 12 anos) e meditação são rotinas de bem-estar. Prefere o natural ao radical.
Seu engajamento não fica somente por trás da tela do celular. Participou da campanha pró-Mariana, cidade mineira que sofreu crime ambiental, partiu em defesa do cinema nacional no Festival do Rio de 2019 e tem se posicionado contra as queimadas na Amazônia.

Com a colega de classe, a atriz Regina Duarte, à frente da pasta da Cultura, se diz esperançosa. “Cultura e educação são fundamentais. Tem de estar consciente. Como cidadã, é acreditar e ter fé.”
Mariana é a favor da liberdade, assim como Luísa Margarida Portugal e Barros, a condessa de Barral, personagem da nossa história, que ganha caráter ficcional na trama das 18h, “Nos Tempos do Imperador”. À frente do seu tempo, foi preceptora das princesas Leopoldina e Isabel. Revolucionou a corte com referências europeias: era a favor do casamento por amor, do ventre livre e da Lei Áurea.
A família apoia Mari em tudo. O pai deu de presente um livro com as cartas de D. Pedro II para seu amor (“A paixão do Imperador”, de Mary Del Priore), que usou nessa construção.

Sempre apaixonada por arte, o olhar ficou mais apurado na época em que foi casada com Pedro Buarque de Hollanda, colecionador. Desde então, faz o mesmo. Está mais curiosa pelo processo de criação do que apenas se exibir. No acervo, há Adriana Varejão, Vicente de Mello, Miguel Rio Branco, Nelson Leirner, Delson Uchôa e Mauro Restiffe. Chegou a fazer um curso com Charle s Watson sobre processo criativo.
Sabe que a novela vai tomar um bom tempo de 2020. Depois, quer retomar a performance teatral de Virginia Woolf (“Profissões para Mulheres”) e, se tudo der certo, lançar o filme “L.O.C.A.”, de Cláudia Jouvin.
No tempo que sobra, gosta de assistir TV largada no sofá. E também de viajar, visitar os amigos pelo mundo. Quer voltar ao Japão. Com o namorado, troca conhecimento de música e gosta de ir a shows. Pela ótica de Mariana, viver é apaixonante.