
Hermione Granger, da saga de filmes e livros “Harry Potter”, pode ter sido o personagem mais importante da carreira de Emma Watson até agora, mas não limitou a atriz a se destacar em diversas áreas. Assim como a jovem estudante de magia, Emma apresentou ao mundo seu lado engajado, político e, de alguma forma, até mesmo nerd ao aceitar um cargo na ONU e criar uma clube do livro que incentiva jovens leitoras.
Em 2014, Emma Watson foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade da Agência ONU Mulheres. Junto com sua nomeação, foi anunciado que sua parceria com a ONU seria iniciada na campanha “HeForShe”, um movimento de solidariedade pela igualdade de gênero e que incentiva que a luta não é apenas das mulheres. Em setembro daquele ano, Emma fez um discurso de lançamento da campanha que teve uma repercussão global e entrou para a lista de pronunciamentos que são sempre lembrados.
“Homens, queria aproveitar esta oportunidade para estender seu convite formal. Igualdade de gênero é seu problema também. […] Nem sempre falamos sobre homens serem aprisionados por esteriótipos de gênero, mas posso ver que eles são e que quando forem livres, as coisas vão mudar para as mulheres como uma consequência natural. Se os homens não precisarem ser agressivos para serem aceitos, mulheres não se sentiram obrigadas a serem submissas. Se os homens não tiverem o controle, as mulheres não precisarão ser controladas. […] Se pararmos de definir uns aos outros pelo o que não somos e começarmos a nos definir pelo que somos – todos poderemos ser mais livres e é sobre isso que ‘HeForShe’ luta. É sobre liberdade”, disse em seu discurso inaugural.

Desde então, Emma Watson sofreu diversos ataques – online, pessoalmente, em entrevistas relacionadas ao seu trabalho de atriz – que questionavam a efetividade do feminismo e qual papel ela tinha direito de ter. Emma sempre afirmou que esses ataques só a levaram a ter mais certeza do quanto precisava falar sobre o assunto e o quanto a luta ainda é necessária. Com a intensão de mostrar as mulheres que o feminismo é sobre liberdade, a ativista abriu um clube de livros sobre o assunto, o “Our Shared Shelf” – algo como “Nossa Prateleira Compartilhada”.
Em um grupo do site Goodreads, as participantes leem um livro indicado pela atriz e comentam seus pensamentos e interpretações. “Como parte do meu trabalho na ONU Mulheres, comecei a ler quantos livros e ensaios sobre igualdade conseguia colocar minhas mãos. Há tantas coisas incríveis por aí! Divertido, inspirador, triste, provocativo, empoderador!”, escreveu Emma na descrição do grupo. Atualmente, a página conta com mais de 230 mil membros.
Como parte desse incentivo de leitura, Emma Watson costuma distribuir livros pelas cidades que visita, deixando os disponíveis em pontos turísticos e estações de metrô. Além disso, os passos da atriz foram seguidos por outras celebridades, como Emma Roberts, que também tem um enorme grupo de leitura.
Conscientização ambiental

Mas não é apenas sobre feminismo que Emma Watson advoga, a atriz também é porta-voz das mudanças climáticas e usa a moda como principal veículo para tratar o assunto. Em 2016, a atriz atravessou o tapete vermelho do Met Gala com um vestido da Calvin Klein feito a partir de garrafas pet. Mas foi em 2017, enquanto participava de eventos de divulgação do filme “A Bela e A Fera” que Emma se tornou ainda mais forte no assunto.
Na época, a atriz criou uma conta no Instagram (a @the_press_tour) em que anunciou que usaria apenas peças sustentáveis durante a turnê de divulgação. Na página, Emma usava as publicações para compartilhar detalhes da marca e dos materiais utilizados em cada modelo, provando que é possível ser muito estilosa e ainda se preocupar com o meio ambiente.
A página não tem novas publicações desde julho de 2018, mas isso não impediu a atriz de continuar a defender essa frente e apostar em marcas com responsabilidade ambiental.
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