Tem gesto mais bonito do que apontar outra mulher e dizer: “ela me inspira”? No 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, abrimos espaço para que mulheres negras indicassem outras mulheres negras e latinas que movem suas ideias, trajetórias e afetos.

Não é homenagem. É reconhecimento. De pensadoras, artistas, comunicadoras, líderes. De mães, amigas, mestras. De quem veio antes e de quem caminha agora. Cada nome é também um lembrete de que ninguém constrói nada sozinha. E que, às vezes, o mais transformador é enxergar grandeza em quem está ao lado — e dizer isso em voz alta.

Convidamos algumas destas mulheres para indicarem aquelas que as inspiram e que mais pessoas deveriam conhecer. Conheça!

 

Mônica Sampaio, da Santa Resistência, indica Carol Barreto. 

“Uma mulher oriunda do Recôncavo Baiano, intelectual, criadora do conceito Modativismo, designer de moda autoral, artista visual, professora e doutora. Honro sua trajetória e me orgulho de viver no mesmo momento que ela.”

 

Rafaela Fleur, jornalista de moda, indica Bia Tavares. 

“Beatriz Tavares é uma inspiração gigantesca para mim. Como comunicadora de moda, é uma mente brilhante à frente de seu tempo, do tipo que nos faz perceber acontecimentos que, até então, eram inéditos à nossa vista. Sempre escuto com ouvidos atentos o que ela tem a dizer. Além disso, tenho a sorte de tê-la como amiga e sou presenteada diariamente com palavras transformadoras, dessas que mudam rotas e fazem a gente despertar. Gostaria que toda mulher negra tivesse ao lado uma Bia para chamar de sua.”

 

Mônica Anjos, estilista, indica Ira Carvalho.

“Tenho como referência Ira Carvalho, produtora que completou 40 anos de atuação no ano passado. Responsável pela Lavagem da Madalena, Ira tem uma trajetória marcada pela transformação social através da cultura em Salvador, na Bahia. Atualmente, tem atuado também nos mercados de Aracaju e Recife.”

 

Angela Brito, estilista, indica Hanayra Negreiros.

“Hanayra Negreiros é uma pessoa que eu admiro muito — não só pelo olhar estético e pelo trabalho de pesquisa que desenvolve, mas também por ser uma mulher forte e extremamente sensível. E sensibilidade, pra mim, sempre foi um lugar de força.”

 

Luiza Brasil, comunicadora, indica Fayda Bello.

“Uma mulher que eu escolho honrar e homenagear neste dia tão especial é a Fayda Bello. Ela, que é advogada, luta a favor dos direitos das mulheres. É um exemplo de disrupção e de reinvenção que contraria qualquer tipo de estatística e estereótipo. Sem contar com o fato de que é uma estrategista muito inspiradora, porque, para além do seu conhecimento em todas as questões jurídicas, ela também faz da moda uma grande aliada da sua jornada pessoal e profissional.”

 

Kenya Sade, apresentadora, indica Ana Maria Gonçalves.

“Ana Maria Gonçalves é autora de um dos meus livros favoritos — Um Defeito de Cor. Recentemente, ela tornou-se a primeira mulher negra a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Uma autora que, através da sua escrita, tem ressignificado as narrativas pretas.”

 

Carolina Lauriano, curadora de arte, indica Firelei Baez.

“Firelei Baez é uma das artistas mais importantes da sua geração, com passagem pela Bienal de Veneza, e suas obras estarão presentes na próxima Bienal de São Paulo. Sua prática investiga histórias não contadas e vozes silenciadas, utilizando retrato, paisagem e design para questionar o cânone ocidental. Referenciando culturas visuais diversas, representa corpos de maneiras que desafiam estruturas de raça e classe.”

 

Ingrid Silva, bailarina, indica Clara Moneke.

“Clara Moneke, uma menina, mas com uma força de gigante. Tem se destacado cada vez mais na atuação, agora sendo protagonista de sua novela. Venho acompanhando sua trajetória, e isso vem me inspirando, uma luz para a próxima geração.”

 

Anna Luiah, modelo, indica Conceição Evaristo.

“Eu sou a imagem que escreve. Corpo que fala. Indico Conceição Evaristo porque ela nomeou o que tantas de nós sentimos: a escrevivência. Minha caminhada é isso — um ato poético,  político e potente.”

 

Ivvi Romão, modelo, indica Isa Isaac Silva.

“Eu indico a fundadora da marca Isa Isaac Silva, por ser o tipo de designer que transforma tecido em manifesto. A forma como ela enxerga o mundo e transmite seus sentimentos em arte é o que mais me encanta. Ela usa o corpo de forma política e gera uma plataforma que agrega a todas nós mulheres negras, sobretudo trans.”

 

Maxi Webber, maquiadora, indica Maxi Webber.

“Hoje eu me indico! Estou na minha nova era, aos 52 anos e muitas portas foram fechadas. Sei que não fui fácil, mas sempre entrego mais do que prometo. Então, tenham a oportunidade de conhecer a nova Max, essa mulher negra latinoamericana e trans.”

 

Roberta Freitas, produtora de conteúdo, indica  Ella Fernandes.

“Uma mulher que eu escolho homenagear é Ella Fernandes! Uma multiartista nata, daquelas que já nasceu respirando arte. Ella me inspira em diversos aspectos, é uma das mulheres mais autênticas que já conheci. Sabe de onde veio, mas faz da sua narrativa o caminho pra onde quer chegar. Seu trabalho é lindo e abre espaço pra que meninas pretas mais novas tenham esperança em um futuro mais promissor. É também daquelas pessoas que sabe viver muito. Daquelas que vai até o final da festa, sabe? Que pega o microfone e muda o clima do lugar. É uma honra conhecer, conviver e construir na mesma época que Ella!”

 

Barbára Brito indica a mãe e a avó (Reprodução/Divulgação)

Barbára Brito indica a mãe e a avó (Reprodução/Divulgação)

Bárbara Brito, produtora de conteúdo, indica sua mãe e avó.

 

“Admirar uma mulher negra e latino-americana caribenha é reconhecer uma história de ancestralidade, resistência e muitos desafios. Eu poderia citar muitas, mas hoje quero destacar aquelas que me fizeram chegar até aqui, que são o meu alicerce diário. Hoje, penso na minha mãe, Andrea, e na minha avó Dona Ivemar, duas mulheres negras e latinas que me ensinaram o real significado de força. São elas minhas maiores referências. Com coragem silenciosa e sabedoria cotidiana, me incentivaram para que eu pudesse sonhar e ocupar espaços com liberdade.”