Não é de hoje que muitas de nós vivemos pulando de dieta em dieta em busca de um milagre que resulte num shape dos sonhos. Mas insistimos em ignorar que ainda não foi descoberto nenhum tipo de dieta milagrosa. Algumas até prometem emagrecimento rápido, uma delas é o jejum intermitente, uma das dietas queridinhas da vez. Mas a nutricionista Fernanda Freire alerta que assim como todas as outras, sejam da moda ou não, o jejum intermitente tem seus prós e contras.
Os nutricionistas que fazem parte da ala tradicional, segundo Fernanda, defendem que se o desejo é perder alguns quilinhos nunca se deve pular refeições. De acordo com estes profissionais, isso levaria ao maior consumo de alimentos calóricos na próxima refeição. E, ao contrário disso, o jejum intermitente se baseia em períodos extensos sem a ingestão de alimentos, algo entre 16 e 24 horas.
O jejum caracteriza-se como um estado em que o corpo, após ficar determinado tempo sem se alimentar, utiliza mais seus próprios substratos do que aqueles provenientes da dieta, ou seja, ao invés de utilizar como fonte de energia aquilo que ingerimos, utiliza aquilo que já está estocado em nosso corpo, como gordura e glicogênio.

Foto: Diabetes Warrior
A especialista lembra que as desvantagens de um período longo sem alimentação não são poucas. As queixas mais corriqueiras são fome em excesso, falta de energia, dor de cabeça, sensação de frio, constipação, falta de concentração e mau humor. Além disso, Fernanda Freire esclarece que pesquisas recentes têm demonstrado que quando adultos saudáveis são submetidos à privação energética por até dois dias, apresentam desregulação dos hormônios que regulam o apetite e distúrbios alimentares desencadeados pelo processo de jejum. Por isso é que, se a sua opção for o jejum intermitente, a dieta deve ser acompanhada de perto por um nutricionista.
Qual o lado positivo do jejum intermitente? A nutricionista diz que alguns estudos demonstram que essa prática provoca melhorias no desempenho cognitivo, redução da obesidade e morbidades ligadas à obesidade, como a esteatose hepática (gordura no fígado). Mas é bom ressaltar que essas mudanças positivas nos adeptos do jejum intermitente estão muito associadas à diminuição do consumo energético, e não necessariamente ao jejum em si.
Fernanda Freire diz que o jejum intermitente é contraindicado para pessoas que estão abaixo do peso, com idade inferior a 18 anos, mulheres grávidas ou em fase de amamentação. Também está vetada para pessoas com diabetes tipo 1, que usam insulina, pessoas com distúrbios alimentares e idosos.