
Por Patricia Carta
“Common Ground” é o mote da coleção cruise 2020 da Dior, apresentada na segunda-feira (29.04) no Palais El Badi, em Marrakesh. As collabs feitas com artesãs e artistas afirmam a união de talentos com diferentes skills para criar uma coleção que é uma verdadeira fusão cultural.

A tradição da maison associada às novas texturas e estampas africanas sugerem um mundo sem fronteiras. Peças clássicas apareceram em tecidos wax, tie-dies e muito mais. O tailleur bar une diferentes texturas e se reinventa. Porém, o chapéu que o acompanha ganha a mesma proporção do original.
Mas, Maria Grazia não deixa de apostar no street style, como sempre.

Uma profusão de bons separates, muitas vezes, na mesma estampa aparecem com ou sem parkas, que surgem nos mais diversos materiais. O leve e o pesado, o rústico e o mais nobre se intercalam sem descanso. A impecável alfaiataria lisa e rígida quebra a sequência dos looks mais leves, mais básicos em que a estampa é a grande estrela.

As contradições pontuam a coleção. Não só wax, tie-dies e faixas na cabeça aparecem por aqui. Apesar da releitura de várias décadas estar presente, o perfume boho está no ar. Estamos em Marrakech, afinal de contas.

Looks levemente militares, ponchos, macacões. Tudo sempre com bolsas urbanas, exceto os baldes de palha trançada que quebram a regra. Estampas e texturas viram um laboratório de ideias. Mas nem por isso deixam de surgir dois vestidos em shantung seco mais 60’s. Um curto evasê e um longo godê, fartíssimo, com mangas justíssimas!

Ainda, claro, há espaço para vestidos e saias esvoaçantes em tule, com silhueta mais 1950. Contraponto aos vestidos-coluna plissados de cores lisas. Mas não só. Tomara que caia de corte império, em tecidos mais pesados e rústicos também têm vez. Assim como heroínas guerreiras em tops ricamente bordados e saias de tule. Até as divas vieram. Por que não? Em longos de tecidos leves e nobres. Mas qual não era?



