Por Dudi Machado
A condessa francesa Jacqueline de Ribes arrebatou o mundo com sua sofisticação, e agora, aos 86 anos, vira tema da mostra que inaugura em novembro no costume Institute do Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Jacqueline de Ribes: The Art of Style exibe mais de 60 vestidos de alta-costura de designers como Yves Saint Laurent,Valentino, Dior e de criação própria.
Fotos e objetos também permeiam a exposição que promete arrastar para o Metropolitan no mês que vem todas as ladies who lunch. “Elegância e feminilidade são palavras que me vêm à mente quando penso em Jacqueline. Uma beleza extravagante, um pescoço sem fim”, lembra o amigo Valentino. “Eram os anos 1950 em Paris, eu trabalhava com Jean Dessès e ela chegou do campo, com roupas de equitação, chiquérrima.” em matéria de estilo, ela é para a frança o mesmo que Jacqueline, a Kennedy, para a América.
Inventou moda e costumes, e o que vestisse e para onde fosse era notícia. Influenciava designers e decoradores, era musa para artistas e fotógrafos. filha do conde Jean de Beaumont, nasceu em berço esplêndido, mas sofreu as agruras da segunda Guerra na frança ocupada. em 1948, casou-se com Edouard de Ribes, banqueiro da alta aristocracia, com quem viveu até a sua morte, em 2013. Alta, magra, com madeixas negras e grossas e um nariz com personalidade de sobra, Jacqueline segue a escola das belezas exóticas que sabem tirar proveito de suas características sem escondê-las. Richard Avedon, após fotografá-la pela primeira vez, declarou: “Tenho pena das mulheres com um nariz aquém do de Jacqueline”.
“Sempre me disseram que eu tinha a aura de Nefertiti. não penso assim, mas aproveitei a deixa e me apropriei desse estilo. Criei um tipo de maquiagem e cabelo e nunca mais mudei”, sintetizou a própria. Avant-garde, nunca se contentou em ser apenas uma socialite. Hábil com as mãos, criou fama nos ateliês por fazer ela mesma alterações nos vestidos. Nos anos 1980, arregaçou as mangas e criou sua própria grife de couture. Uma década depois, fechou o negócio por razões de saúde. Sempre convidada a escrever suas memórias, preferiu deixar que histórias – como a de que teria ensinado Charles Chaplin a dançar foxtrote – virassem lendas. Questionada sobre qual seria o segredo de sua elegância, declarou: “É a arte de ser surpreendente sem causar surpresa”. Touché!