
Por Vívian Sotocórno
Repare bem: ajudando a segurar clutches Valentino, Paula Cademartori e as Célines dobradas ao meio, nas melhores fotos de street style das últimas semanas de moda, pulsos antenados ganharam companhia fina esta estação – os braceletes, em suas versões mais tradicionais, voltaram com tudo à moda. Clássico dos clássicos da Cartier, o bracelete Love, por exemplo, não é um modelo exatamente novo – nem perto disso, já que foi criado em meados dos anos 1970. Mas foi recentemente redescoberto por uma nova geração. De design clean e versões de ouro branco, rosa e amarelo, a joia é daquele tipo que raramente abandona o pulso a cada troca de look. Mais: tem sido vista acompanhada de outro hit (re)desejado da Cartier, o Juste Un Clou.

O fenômeno vai além da joalheria francesa. “Já tinha desenhado muitas joias maiores, para ocasiões especiais, mas senti vontade de fazer algumas peças daquele tipo que a dona quase nunca tira, que vira praticamente parte de sua identidade”,conta o brasileiro radicado em Londres Fernando Jorge. Phoebe Philo e Alexander Wang endossam o coro. Para o inverno, a estilista à frente da Céline criou um aro simples de metal, adornado com uma grande esfera de ardósia, tão minimal quanto as roupas da marca. O laço de metal dourado ou prateado da Balenciaga de Wang apareceu em cintos e outros detalhes na passarela, mas foram nos braceletes que chegaram às ruas com força.

Em tempos de lançamentos superacelerados, em que se troca de personalidade segundo o mood da semana, é um delicioso desafio imaginar algo que possa ser incorporado todo santo dia ao look – nesse caso, nada melhor que o Love, já que o modelo só pode ser aberto com a delicada minichave de fenda – de ouro, bien sûr – que acompanha a peça.