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A paulistana Beatriz Werebe é uma dessas empreendedoras que possuem a visão além do alcance. Há 12 anos à frente da concept store de joias de mesmo nome – uma das mais concorridas de São Paulo -, a empresária não dá ponto sem nó. Com suas peças já usadas por gente como Bruna Marquezine, Silvia Braz, Marina Ruy Barbosa, Iza, Tata Werneck, Giovanna Ewbank e Flávia Alessandra, tanto em eventos no Brasil como no exterior, Beatriz também representa mais de 30 designers de vários países em seu espaço físico nos Jardins. Marcas como YEPREM, Marla Aaron, Meira T, Gigi Clozeau, Lito, entre outras, fazem a alegria das fashionistas em busca de joias originais e irreverentes.

Mas Beatriz, de 39 anos, já sabia desde cedo que seguiria um caminho diferente. Assim, aos 16, decidiu que queria viajar e ver o mundo. A solução mais rápida para isso foi começar a trabalhar no segmento de hotelaria – no Hotel Emiliano, na capital paulista -, ao mesmo tempo em que fazia faculdade no ramo.

“Nesse percurso, entendi a diferença entre atender e proporcionar experiências, e o quanto é importante se diferenciar dos clichês”, conta a designer à Bazaar. Até hoje, seu motto é propor experiências personalizadas a seus clientes, quase de maneira tailor-made. “Esse fator vem daquela época, desde o início da minha experiência profissional. Aprendi que ficar restrita a um mundo arcaico e sem possibilidades criativas que saciassem a minha curiosidade, não fazia meus olhos brilharem”, revela a empresária.

A partir de um convite para integrar a equipe da HStern, onde trabalhou por três anos, Beatriz deixou a hotelaria de lado. Ali, aprendeu a afinar seu senso estético, além de reforçar as referências presentes na sua família, principalmente por parte de mãe, sempre muito ligada à alta-costura.

No entanto, apesar de todo o encanto com o universo da joalheria, a designer não se sentia confortável em um modelo único de negócio. Queria inovar. “Além disso, era o início das mídias sociais e começávamos a ver as mulheres entrando nas joalherias para fazerem suas próprias compras, um orgulho, uma satisfação imensa para mim. Mesmo porque, até então, as joias eram apenas objetos comprados por homens para suas mulheres e mães”, explica.

Na época, Beatriz já sonhava com joias que traduzissem a expressão da mulher, de seu estilo. Foi então que decidiu fazer um curso em gemologia e diamantes no GIA, em Nova York. Como um chamado, um encerramento orgânico de ciclo, mas sempre com os pés no chão, Beatriz achou que era hora de trilhar seu caminho com as próprias pernas. Começou a fazer aquilo que tanto queria: viajar e ver coisas novas, que abastecessem sua curiosidade insaciável. Um mundo novo se abriu e, com ele, um espaço dentro do nicho de mercado de mídias sociais, que, segundo ela, contava com um valor essencial: a transparência.

Com um modelo de negócio baseado na venda direta online, Beatriz se uniu a quatro mulheres e enfrentou todo o tipo de preconceito, dificuldades dentro do mercado, machismo por parte de clientes e de fornecedores. Mas, ao mesmo tempo, sabia que estava abrindo um caminho que não havia sido desbravado desta forma por ninguém. “Era o momento de abrir os olhos das mulheres em relação não só às grandes marcas, mas aos designers independentes, do que acontecia em termos de arte e design de forma global, além de ter uma curadoria que pudesse ter joias que unissem o estilo de todas as mulheres”, detalha.

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Atualmente, das 55 pessoas que formam a empresa, 99% são mulheres. “Tenho o maior orgulho de gerar empregos diretos para elas e ajudá-las a serem independentes economicamente, sustentando suas famílias e formando filhos orgulhosos de suas mães”, confessa Beatriz. Hoje, sua linha BW Signature, trabalhada apenas com ouro 100% reciclado e recuperado de peças sem uso de suas clientes, é um sucesso. Piercings, colares, berloques, anéis, pulseiras são interpretações da liberdade de pensamento e de vida de Beatriz. Para quem prefere modelos sob medida, pedras exclusivas, escolhidas antes de serem lapidadas, são transformadas em peças com design arrojado e original. Esmeraldas, tanzanitas, diamantes, safiras, turmalinas e rubis se tornam bespoke pieces confeccionadas na oficina da capital paulista em um processo puramente artesanal.

A última coleção da marca, a “Jumbo Wave Beatriz Werebe x Bea Bongiasca”, contou com a colaboração da designer italiana. Uma collab com pedras de turmalina Paraíba, diamantes incolores e fancy yellow que traduz perfeitamente o estilo de Beatriz com o design disruptivo de Bea. E para o deleite dos fãs da concept store, atenção: um novo ponto de venda físico será inaugurado até o final do ano. Se depender da vontade e garra de Beatriz, o céu é o limite.