Como o mercado da moda está adotando o "token-gating"

“Prada Time Capsule”, edição limitada criada pela Prada – Foto: Divulgação

Além do papel das marcas no mundo virtual ainda ser um grande cenário a ser descoberto – principalmente quando falamos de metaverso e NFTs -, a forma como o digital e o físico irão se integrar nos próximos anos também é um enorme campo de pesquisa e oportunidades. A próxima temporada de desfiles marca o início das possibilidades de grandes labels testarem como unir fashion shows, vendas físicas e presença digital, unindo os grupos distintos de clientes que circulam por esses universos.

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A primeira tendência da área já dá sinais de fortalecimento: nomes como Prada Jason Wu vão disponibilizar ingressos de desfiles para clientes que adquiriram NFTs destes nomes. A prática ganha o nome de “token-gating” e tem como objetivo criar valor entre membros de uma comunidade, permitindo que projetos recompensem pessoas que têm seus NFTs com conteúdos exclusivos, eventos e outros benefícios disponíveis apenas para donos destes tokens. No caso do mundo da moda, essa experiência se funde aos desfiles e promete renovar as primeiras filas mais desejadas.

Quem já demonstrou sinais de interesse nos “token-gating” foi a Gucci, que em junho organizou um coquetel privado para quem tinha NFTs das linhas SuperGucciGucci Grail NFTs. Agora, Prada e Jason Wu mergulham neste universo ao oferecer convites para seus desfiles – que acontecem em setembro – junto a seus tokens.

Como o mercado da moda está adotando o "token-gating"

“The Dream”, NFT da Jason Wu – Foto: Divulgação

“Isso vai abrir uma incrível gama de possibilidades e, então, cria uma base, um ativo para a marca construir experiências”, afirma Pierre-Nicolas Hurstel, chief executive-officer da Arianee, empresa de digital assets e relacionamento com o consumidor, em entrevista ao WWD. A empresa já trabalhou com a IWCSaint Laurent, mas atualmente se dedica a experiências especializadas com outras marcas, que prometem chacoalhar as temporadas de setembro e janeiro.

Segundo Hurstel, além de agradar seu público, esta prática auxilia marcas a terem um controle maior sobre os gostos de seus consumidores, já que amplia dados de quem esteve presente em experiências e eventos passados, demonstra o cenário de como acelerar seus programas de NFT ao apresentar formas de conectar internet e vida real, além de criar um diferencial a este tipo de produto em um momento em que novas coleções e colaborações são anunciadas diariamente.

“Haverá uma corrida entre diferentes marcas para articular o que é sua comunidade, o que representa e qual é seu propósito e intenção. Você verá, nos próximos meses, mais e mais marcas sendo lançadas, explicando quais são os benefícios em ter um de seus NFTs”, afirma Sean Pattwell, CEO da CW8 Communications, que aconselha marcas de luxo sobre NFT e estratégias para a Web 3.0.