Carolina Maluhy, Camila Yunes e Giovanna Meneghel, todas de Lolitta - Foto: Marcio Del Nero

Carolina Maluhy, Camila Yunes e Giovanna Meneghel, todas de Lolitta – Foto: Marcio Del Nero

Por Ligia Carvalhosa
 
 Tudo o que criei sempre esteve em sintonia com a minha identidade. Eu evoluí e a marca evoluiu comigo. Hoje, faz sentido pensar além dos vestidos ajustados.”Assim começa o papo com Lolita Hannud, a estilista que revolucionou o tricô e agora revoluciona sua identidade. Nesses 10 anos, o que se tem visto nas araras da loja da charmosa vila nos Jardins, em São Paulo, é a tradução dos desejos de Lolita. Mas crescer, além de natural, é preciso.
“A modelagem segue como chave de ouro, mas hoje visto mulheres de diferentes idades e demandas. Por isso, há uma oferta maior de produtos, que vão além do que eu gosto de vestir.” Neste novo momento, o tricô ganha a companhia de couro, seda, malha e algodão nas prateleiras de suas três lojas próprias.
Na prática, são três linhas: básicos, coleção comercial e edição especial, com peças limitadas e feitas à mão.“Com a estreia no SPFW, pude ir além: deixei minha criatividade fluir, e o público entendeu o conceito. Mas foi com a inauguração da loja no [Shopping] Iguatemi, em março, que percebi a necessidade de ter ofertas para quem gosta de justos e curtos e também para quem prefere a modelagem mais afastada do corpo, de comprimento mídi.”
A ampla gama de produtos atrai todos os tipos de clientes, como a stylist  Giovanna Meneghel, a curadora de arte Camila Yunes Guarita e a arquiteta Carolina Maluhy, que vestem peças do verão 2016 da marca.“É uma releitura da minha vida: fui morar sozinha, estou mais independente, mas ainda carrego certo romantismo”, diz Lolita, sobre a coleção de saias amplas, babados e vestidos de trama rendada e efeito laise, tudo com perfume cinquentinha.“Sinto que a marca cresceu comigo.As últimas coleções falam do meu estilo atual, enquanto os vestidos bandage do início estavam em sintonia com o que eu usava na época”, diz Camila.“Gosto das peças que tiram o tricô do lugar comum”, explica Giovanna, que desconstruiu a imagem girlie do desfile com uma das t-shirts da linha basics.
Arquiteta que deu cara nova às lojas da Lolitta, Carolina faz a linha clássica e, por mais que goste dos vestidos habillées, como o da foto, tem em seu closet uma verdadeira coleção de blazers de alfaiataria da marca.“São bem cortados e modelam o corpo.”
Mesmo com o sucesso, a estilista não tem pressa de crescer. “A mão de obra é específica e tenho limite de volume”,explica ela,que confecciona tudo in house e não tem planos de terceirizar.Vem do know-how de quem cursou Administração e tricota desde os 12 anos o foco na consolidação no mercado interno.“Já exportamos para
dez países, paramos para investir na imagem da marca no Brasil.” Mas existem clientes do outro lado do Atlântico. A globetrotter Bianca Brandolini compra por telefone.“No meu primeiro desfile, recebi um WhatsApp dizendo que ela e a Giovanna Battaglia estavam encantadas com as minhas roupas.” Nada mal…

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