Inspirada no movimento artístico que revolucionou a pintura no início do século XX, nessa edição do SPFW, Clara Pasqualini diretora criativa, dá forma à nova coleção da Fauve com a mesma liberdade e emoção que guiavam artistas como Matisse e Derain. O fauvismo, termo derivado do francês fauve (“fera”), foi marcado pela ousadia das cores, pelo gesto instintivo e pela recusa ao realismo — uma arte que nascia do impulso, da emoção e da busca por uma beleza mais visceral.

Essa filosofia se traduz na passarela da Fauve em uma coleção que rompe convenções e propõe uma leitura sensorial da moda. As formas ganham movimento e fluidez, revelando uma alfaiataria que se desdobra em novos volumes e proporções. Os tecidos, por sua vez, trazem texturas que parecem pintadas à mão, enquanto os bordados e recortes evocam a gestualidade das pinceladas fauvistas.

Há, em cada look, um convite à emoção e à liberdade criativa — uma dramaturgia visual que transforma o vestir em ato expressivo. Assim como os pintores do início do século passado buscavam traduzir o mundo interior em cores e traços, Clara traduz o seu universo estético em tecidos e formas.

Entre a arte e a moda, a Fauve reafirma sua essência: ser indomável, vibrante e profundamente humana — uma marca que veste a emoção como linguagem e o instinto como direção.

Essa coleção é um mergulho profundo no meu processo criativo — e em como ele se conecta ao processo dos pintores do fauvismo, movimento que também inspira o nome da marca.

“A Sala 7” fala sobre mistura têxtil e experimentação. Eu garimpo tecidos de diferentes universos — da decoração à moda — e trabalho para que todos coexistam dentro do universo maximalista da Fauve. Há tules, paetês, crepes, alfaiataria, jeans, tudo dialogando entre si para criar composições ricas e inesperadas.

Além disso, a coleção se aprofunda no design têxtil e de superfície, explorando bordados que lembram joias aplicadas às peças — verdadeiros tufos bordados que conferem textura, brilho e dimensão.

Criar essa coleção foi um processo muito prazeroso, porque ela reflete com fidelidade a essência da Fauve: um maximalismo vintage, emocional e artístico, onde cada detalhe é uma expressão de liberdade e beleza. Contou para a BAZAAR a diretora criativa Clara Pasqualini