Alguns personagens têm, naturalmente, o fator cool. O tipo de cool capaz de liberar sua entrada em qualquer festa ou lugar exclusivo e com uma lista exigente na porta de entrada. É o caso de Silvio De Marchi e Vivi Rivaben, a dupla de criativos por trás da Forca Studio, subversiva, rebelde e recém-nascida: completa um ano em julho. A trajetória dos dois na moda, contudo, é mais antiga.
Há mais de dez anos no mercado fashion, Vivi Rivaben já viveu de tudo. Mesmo. Já Silvio, produtor musical, é reconhecido na noite paulistana por seus sets enquanto DJ. Depois de estrear na 55ª edição da São Paulo Fashion Week, a atração dos fashionistas foi imediata, fora do padrão; e a paixão, mútua.
A marca, que já agitou diálogos de estilo na capital paulista, começou pela sintonia entre os dois designers que, hoje, já vivem sob o mesmo teto para atender à demanda da “filha” que criaram juntos, a marca. “Cada um faz um pouquinho, temos um olhar bastante parecido, mas independente. Às vezes, criamos a mesma peça totalmente juntos e em outras temos ideias separadas ou nos damos palpites”, explica Rivaben sobre a parceria criativa.
No manifesto da Forca Studio, a visão estética e energia rebelde vêm do berço e falam alto. O significado do nome remete, literalmente, a ‘ir para a forca’. Aqui, entretanto, ele vem como novos sentidos. “Pegamos a potência do que antes nos condenava para nos expressar. Todo artista expressa sua própria visão do mundo, a partir de suas dores”, esclarece De Marchi.
Para os designers, ser fora do que é considerado “adequado” – ou até do padrão estético normativo, é uma revolução interna que, apesar de grande, os inspiram a criar roupas que sirvam como forma de expressão. “Nossa vontade é fazer criações disruptivas para que as pessoas possam se empoderar ao vesti-las. É falar através da expressão visual”, explica a dupla.
Termos como “radical”, “elétrico” e “rebelde” são usados para definir as referências que atingem os criadores em todos os níveis, incluindo os pessoais. Para sua estreia no SPFW, a dupla apresentou a coleção “Forca 003 – Substructure”, com uma atmosfera de guindastes e ferros industriais inspirada em uma viagem de carro e uma obra do metrô da cidade de São Paulo. Os elementos brutalistas da cidade, a diferença entre a fluidez e o imóvel, os quadrados nas formas; tudo serviu de referência.
“A grande inspiração foram as construções civis. Quando você olha um prédio em construção, ele está se erguendo todo sólido e duro, há sempre um tecido de proteção que é suave e quase voa. O ferro também está sempre presente, muito industrial. Por isso, tivemos a ideia dos guindastes ao redor do desfile e de criar um cenário verdadeiramente industrial. Isso faz parte do nosso DNA e do da Forca”, completam.
No futuro, apesar do olhar e feeling descolados, a dupla segue de forma responsável com seu futuro comercial. Em sua plataforma de e-commerce, por exemplo, a nova coleção será comercializada em diferentes drops. O plano é um tema por ano, duas coleções por tema e dois drops por coleção: “Não temos sonhos. Temos objetivos. E o nosso é ir para fora, para o mercado internacional”. E se as experiências imersivas, misturas têxteis e criatividade subversiva têm algo a dizer, é que a Forca Studio está entre as marcas brasileiras debutantes para não tirar os olhos.








