
Imagem: Sotheby’s
A frase “há pessoas que amam joias e há pessoas que usam todas as suas economias para comprar joias” sintetiza o espírito de Gabriela Hearst. A estilista uruguaia — que já esteve à frente da direção criativa da Chloé e é reconhecida pelo olhar artesanal que imprime às suas criações — se identifica com o segundo grupo. É com essa perspectiva que ela assina a curadoria do próximo leilão da Sotheby’s, marcado para 9 de dezembro, em Nova York.
Entre joias vintage de colecionador e criações contemporâneas, Hearst escolheu peças que, segundo ela, “conseguiria se imaginar usando — ou que despertam novas ideias”. Entre suas escolhas, um dos destaques é um grande colar criado por David Webb nos anos 1970, inspirado em máscaras latinas pré-colombianas.
A seleção inclui ainda joias assinadas por Hemmerle, Van Cleef & Arpels, Bvlgari e JAR, além de um relógio Pery de 1941. Algumas estimativas ultrapassam R$ 8,5 milhões, reforçando o caráter excepcional do catálogo de mais de 120 lotes.
Pérolas também ocupam um lugar simbólico para Hearst, que as descreve como “pó mágico criado pela natureza” — frágeis, vivas e profundamente poéticas. Esse vínculo com a origem dos materiais aparece também nos brincos Alpha & Omega, primeira criação de alta joalheria da estilista, que serão leiloados para beneficiar a organização Amazon Frontlines, dedicada à proteção de territórios e povos indígenas. “Se a Amazônia morre, todos nós morremos”, afirma.
Para Hearst, joias carregam energia, memória e terra. “Essas peças incríveis, avaliadas em milhões, são presentes que a natureza nos deu”, diz. “Somos nós que atribuímos valor a elas.” No carrossel, apresentamos as escolhas da estilista para este leilão que une história, beleza e propósito.










