
Helmut Lang, outono-inverno 2024, por Peter Do (Foto: Divulgação)
Do this, Do that… e agora Peter Do, vai fazer o quê? Quando estreou em setembro, o estilista que herdou o legado de Helmut Lang apostou no movimento – havia taxis, cores, modelitos e modelões. Depois, ficou sóbrio, mas ainda com ritmo: a temporada pre-fall foi toda fotografada nas ruas de Nova York. Aí, foi virando, virando… e virou! Virou nostalgia, expectativa, e Do “undid” tudo aquilo que tinha feito. O taxi se transformou em metrô, debaixo do chão, com moletons, jaquetas e capuzes feitos para se esconder…
Não deu certo, porque agora está tudo claro! Ou melhor, escuro. Na nova coleção, a Lang é lânguida, discreta e moderna-deprê. Nessa temporada, Peter se voltou para a essência maior da marca: o minimalismo da alfaiataria. Essa era a especialidade máxima de Helmut (o próprio) que, nos anos 1990, fez dela o principal pilar de sua marca. Com Do, tudo isso retorna com um frescor mais que bem-vindo depois de uma estreia que dividiu opiniões – talvez por ter sido ‘cool’ demais e ‘edgy’ de menos.
Mas ainda que Do tenha acertado na referência, a lição de casa parece incompleta. Muito além do corte e da alfaiataria dominada com maestria, Helmut Lang tinha uma sensualidade que, no trabalho do designer millennial, ainda é muito comportada. Os looks em plástico bolha, claro, são inusitados, provocativos, mas os visuais recortados ou transparentes tentam enganar um estilo que a atitude refuta.
Peter Do está quase, quase lá… até agora, afinal, foram apenas três coleções e dois desfiles. Com o perfume do sucesso, ainda deve ter muitas mais chances de aperfeiçoar sua própria assinatura na HL.