Maison Margiela, primavera 2021 (Foto: Divulgação)

John Galliano está fora da Maison Margiela. Depois de 10 anos de muito drama e poesia, o estilista deixou a marca ainda sem revelar para onde vai. Por algumas horas, os rumores ainda indicavam uma possível ida para a Chanel – mas terminaram com o anúncio de Matthieu Blazy na casa. Enquanto a moda segue sem respostas, o editor de moda Guilherme de Beauharnais, da Harper’s BAZAAR, relembra e comenta 10 momentos icônicos de Galliano na Margiela.

1. Artisanal, primavera 2015

“É simbólico que a estreia de John Galliano na Maison Margiela tenha sido na couture. Melhor ainda, na Artisanal, nome que recebe por lá. Desde o próprio Martin – belga, comme il faut –, Galliano foi o primeiro a assinar publicamente uma coleção da casa, em um momento em que seu nome revirava olhos na moda. A contratação, a coleção, a provocação… tudo tão irreverente e dramático que, às vezes, nem parece que foi real”.

Maison Margiela, Artisanal, primavera 2015 (Foto: Divulgação)

2. Outono, 2015

“Um novo padrão de beleza – foi assim que Johnny G. descreveu o espírito de sua primeira coleção de prêt-à-porter na Margiela. Difícil discordar. Maquiagens doidas, combinações loucas e cabelos malucos foram o primeiro passo de Galliano em seu novo país das maravilhas – e com sapatos felpudos, aliás.”

Maison Margiela, outono 2015 (Foto: Divulgação)

3. Artisanal, primavera 2017

“John Galliano não é um artista egoísta: sabe como e quando dividir o palco! Ao lado de Benjamin Shine, fez sua primeira colaboração criativa na Margiela, com retratos oníricos em tule. Coisa de museu, sabe como?”

Maison Margiela, primavera 2017 (Foto: Divulgação)

4. Met Gala,  2018

“A primeira comunhão de muitos fashionistas: Rihanna, no tapete vermelho do Met (Heavenly Bodies era o tema), vestida de Margiela dá cabeça aos pés. E, por cabeça, quero dizer a mitra – o tal chapéu papal, todo bordado em pérolas, assim como o look. Amém!”

Rihanna de Maison Margiela, por John Galliano, no Met Gala 2018 (Foto: Getty Images)

5. Primavera, 2018

“Atire a primeira pedra quem nunca chegou atrasado no trabalho, no aeroporto… em um date! Galliano fez desse péssimo hábito o glamour total. Com os cabelos bagunçados, roupas vestidas às pressas no escuro e energia caótica, dá até vontade de atrasar o relógio só um pouquinho…”

Maison Margiela, primavera 2018 (Foto: Divulgação)

6. Artisanal, primavera 2019

“Divina decadência – meu tema favorito! Nesta sala psicodélica (à la Kenny Scharf no Ckub 57), passearam roupas que, para alguns ‘criativos’, não aparecem nem em sonhos. Foi um excesso de excessos, referências, cores, volumes… ouvi até dizer que tem gente (eu!) entorpecida até hoje.”

Maison Margiela, Artisanal, primavera 2019 (Foto: Divulgação)

7. Primavera, 2020

“Existem catwalks e CATWALKS. Leon Dame é o segundo tipo. No corre-corre das semanas de moda, alguns detalhes passam batido, mas aquela primavera foi memorável graças à entrada do modelo na passarela. Com uma mini roupinha de marinheiro, botas e até um bicocket (tudo em couro), é óbvio que viralizou!”

Maison Margiela, primavera 2020 (Foto: Divulgação)

8. Artisanal, primavera 2020

Avant-garde pode ser pouco (e clichê) para descrever Galliano, mas é um adjetivo tentador. Também dizem que é um alquimista, um cientista… e de todos os seus experimentos, essa temporada foi uma prova. Aqui, toda a alta-costura foi criada a partir de roupas já existentes – uma ode preciosa ao upcycling e uma rebelião contra o consumo desenfreado. Eureka!

Maison Margiela, Artisanal, primavera 2020 (Foto: Divulgação)

9. Resort, 2022

“Galliano fez pouquíssimas coleções do tipo “Cruise” em seus dez anos na Margiela. Três, no total – e nenhuma que desfilou. Não deixaram, entretanto, de ter o perfume performático (ou a essência teatral) que são próprias do estilista. A última, com rostos escondidos por chapéus de palha, luvas prateadas e casacões maximalistas, tinha ares de pintura holandesa: misteriosa e luxuosa. Quem não quer sair de férias assim?”

Maison Margiela, resort 2022 (Foto: Divulgação)

10. Artisanal, primavera 2024

“Paris foi uma festa naquela estação. E eu, que adoro festas (e estava lá), não resisti. Maquiagens de porcelana deram ares de bonecas antiguinhas para os modelos, com corpetes de tirar o fôlego e drama de filme noir. Emoção tanta que só não pulamos da ponte porque o desfile foi embaixo dela. Foi a última performance de Galliano na Margiela – e que despedida!”

Maison Margiela, Artisanal, primavera 2024 (Foto: Divulgação)

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