
Por Ligia Carvalhosa, com foto de Érico Toscano
Glamour. Não há palavra melhor para descrever a década do New Look Dior, de Elizabeth Taylor literalmente “parando” a Bvlgari em Roma, durante as filmagens de Cleópatra, do casamento de Grace Kelly com o príncipe de Mônaco, do resgate do luxo (pós-guerra), da silhueta feminina e da tradição clássica das joias de casas como Harry Winston, Cartier e Van Cleef & Arpels.
Hoje, mulheres poderosas não hesitam em dar lances altíssimos por peças assinadas em leilões na Christie’s e na Sotheby’s. O que marcou a joalheria daquele período volta à cena, mais relevante do que nunca. A exposição dedicada ao trabalho de Duke Fulco di Verdura, italiano que transformou a Cruz de Malta em um ícone na Chanel, está aí de prova.
O recente frescor e a nova fase da David Webb, tradicional joalheria americana, também (sua última campanha foi clicada pela dupla Inez & Vinoodh). Bem como as quatorze novas versões de La Panthère de Cartier.

“Naquela época, as mulheres ainda não tinham queimado o sutiã, era um momento de batom vermelho e vestidos rodados”, diz Carolina Andraus, moça de fino trato e know how no quesito preciosidades de alto calibre.
Joalheiros eram considerados verdadeiros artistas e frequentavam os mesmos salões que suas clientes, que, não raro, encomendavam peças sob medida, o suprassumo do luxo. Era também um período, social e politicamente, de reestruturação econômica. De um lado, a necessidade de retomar valores clássicos. Do outro, progresso, evolução e otimismo.
Qualquer semelhança com o atual estado das coisas não é mera coincidência e explica o retorno do estilo. “São joias mais elaboradas, de peso maior, literalmente. Além de festas habillé, já é possível usar essas peças em looks esportivos, com jeans e camisa”, sugere ela, que, para a foto que ilustra esta Bazaar, usa pulseira e anel serpente da Bvlgari e bracelete de ouro Van Cleef.